SLC Agrícola, paga quase meio bilhão de reais em fazenda na Bahia, propriedade fica na região do Matopiba; confira todos os detalhes da negociação
A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos do mundo, acaba de fechar um grande negócio imobiliário, digno de nota. O grupo comprou uma fazenda na Bahia por R$ 470 milhões, uma transação de oportunidade que foi bem recebida pelo mercado. A companhia informou a celebração de Contrato Particular de Compromisso de Compra e Venda de Imóveis Rurais, no qual a Fazenda Paysandu Empreendimentos Agrícolas Ltda., subsidiária integral da SLC Agrícola, figura como compradora. Área já era administrada pela própria SLC como arrendatária.
O objeto desse contrato é a aquisição de 12.473,88 hectares de terras agricultáveis (5.197 alqueires paulistas), mais Reserva Legal correspondente, localizadas no município de São Desidério, estado da Bahia, atualmente arrendadas pela SLC Agrícola, por sua filial Fazenda Paysandu. O valor da transação foi de R$ 470 milhões, sendo R$ 55,1 milhões relativos às benfeitorias, o valor por hectare agricultável, corresponde a R$ 33.262,60.
O comunicado destacou também que as principais benfeitorias adquiridas compreendem a algodoeira com capacidade de 750 fardos de pluma/dia e silos com 9 mil toneladas de capacidade armazenamento.
A aquisição não altera a estratégia da companhia, que opera num modelo em que cerca de 65% de suas terras são arrendadas, e apenas 35% são próprias. A SLC Agrícola, fundada em 1977 pelo Grupo SLC, é produtora de soja, algodão e milho, além de trabalhar com criação de gado, fazendo a integração lavoura-pecuária. Também é detentora da marca SLC Sementes, que produz e comercializa sementes de soja e algodão.
Foi uma das primeiras empresas do setor a ter ações negociadas em Bolsa de Valores, tornando-se uma referência no seu segmento. Com Matriz em Porto Alegre (RS), a Empresa possui 22 Unidades de Produção e mais uma fazenda arrendada, localizadas em sete estados brasileiros. A estimativa para a safra 2021/2022 é de uma área plantada de 672 mil hectares.
A SLC Agríciola, controlada pela família Logemann, desembolsará R$ 180 milhões à vista, R$ 110 milhões até o fim do ano e outros R$ 180 milhões até 2025. O Banco BTG elogiou a transação, que implica um preço de R$ 33 mil por hectare plantado. “Sorte é quando a preparo encontra a oportunidade,” escreveu o analista Thiago Duarte.
Compra é um bom negócio
Terras agrícolas de alta produtividade na mesma região são negociadas por R$ 60 mil por hectare, segundo a S&P Global. Já o valor do arrendado é estimado em 15 sacas de soja por hectare.
Com o negócio, além de um desconto de 45%, o BTG estima que a SLC terá uma economia de R$ 30 milhões por ano em arrendamento.
O plano agora é fazer algum investimento na infraestrutura da sede para deixar a nova fazenda nos padrões das demais propriedades da companhia.
Região em desenvolvimento
Composta pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a região chamada de Matopiba, tem o agronegócio como fonte econômica e entre as principais culturas agrícolas se destacam o cultivo de soja e o milho para exportações. A produtividade é crescente a cada ano e os números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, prevê que na próxima década o Brasil será o maior fornecedor mundial de soja (49%) e o segundo maior de farelo de soja (26,9%).
A região do MATOPIBA é estratégica, com terras planas, proximidade de portos, malha ferroviária, rodovias, índice pluviométrico e solos com textura média. Todos esses fatores fazem do local uma região importantíssima para plantio de grãos.
Os resultados da última década apontam que a Matopiba tem potencial para dobrar o volume da produção de soja e milho, que já cresceu 96% e 49%, respectivamente. De acordo com a projeção divulgada pelo Ministério da Agricultura, para 2028 e 2029, sobre o agronegócio brasileiro a área que será utilizada para a ampliação da plantação de grãos, em relação aos dias atuais.
Sabendo disso a SLC Agrícola fez um grande negócio.
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