O que estava ruim, piorou ainda mais: empresa de proteínas alternativas reportou milhões de dólares em prejuízos; empresa vai interromper construção de uma nova unidade e vai fechar outra
Em todo o mundo, empreendedores, chefs e cientistas estão criando hambúrgueres e almôndegas usando proteína vegetal, fermentação de precisão ou tecnologias de cultivo de células, as chamadas proteínas alternativas. Normalmente são alimentos à base de plantas reproduzem carnes e laticínios bioidênticos.
Entretanto, parece que os consumidores não aprovaram a nova forma de alimentação. A empresa Monde Nissin Ltd. divulgou os resultados da sua subsidiária, Meat Alternatives (Quorn), no terceiro trimestre de 2024, foram cerca de US$ 35 milhões em prejuízos, superando os prejuízos de 2023 em 22%. Os problemas da Quorn parecem apenas se aprofundar.
“Dados os desafios contínuos no negócio de alternativas à carne, planejamos otimizar custos e simplificar operações por meio de uma reestruturação e transformação de negócios que afetará todas as partes da organização”, disse o CEO da Monde Nissin, Henry Soesanto, no relatório financeiro da empresa, de acordo com uma reportagem no Philippine Daily Inquirer.
Soesanto defendeu a compra da Quorn pela empresa, que fabrica seus produtos a partir de micélio por fermentação (processo que utiliza a fermentação de biomassa de um fungo comestível para produzir alimentos), em 2015, por US$ 836 milhões.
Agora, a Monde Nissin espera fechar pelo menos uma planta de fermentação no Reino Unido e interromper a construção de outra, embora esteja mais da metade concluída, de acordo com uma reportagem na Forbes Asia. A empresa espera demitir centenas de funcionários.
Jesse Teo, diretor financeiro da Monde Nissin, ainda ressaltou. “É um mercado em declínio e nosso volume total, em vez de aumentar, está diminuindo e construímos toda a capacidade. Muitas [linhas] estão ociosas, então precisamos nos reestruturar.” – disse Jesse.
Teo disse que a Quorn está usando capacidade equivalente a apenas 2,5 de suas quatro plantas de fermentação operacionais.
A reestruturação inclui redução de estoque e corte de tempo de entrega, e espera-se que a Monde Nissin economize US$ 10,1 milhões em 2024 e 2025, disse Soesanto como parte do relatório de lucros mais recente da empresa. Teo disse à Forbes Asia que a economia pode colocar a unidade de volta no azul.
“Embora mantenhamos nossa convicção para o longo prazo, não esperamos nenhum milagre de receita no curto a médio prazo, então devemos operar como tal e cortar o que pudermos cortar”, disse ele.
Nos primeiros nove meses de 2024, os custos de reestruturação relacionados à Quorn foram de US$ 4,9 milhões, abaixo dos US$ 9,3 milhões do mesmo período em 2023.
Para quem achou que “isso” seria o futuro da alimentação, sinto avisar, estavam errados.
Com informações da Alt-Meat
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