Encontro de gestores do agronegócio destacou a importância de gastar menos, produzir mais e vender melhor durante todas as etapas
Aconteceu nesta terça-feira (05) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul o Encontro de Gestores “O sucesso deixa rastros” realizado pelo Instituto Inttegra e Terra Desenvolvimento Agropecuária e organizado pela Gest Agromarketing. O evento contou com a presença de mais de 800 pecuaristas, agricultores, acadêmicos e autoridades do setor em todo o Brasil.
Antônio Chaker presidente do Instituto Inttegra deu inicio aos trabalhos falando sobre o que os números da safra disseram, destacou também a resiliência do produtor, enfatizou a importância de aprender com as fazendas mais rentáveis do país. Chaker apresentou números interessantes, mostrou a disparidade entre fazendas que tiveram lucro de R$ 73 por hectare e outras que tiveram um lucro de R$ 780 por hectare (há casos de fazendas ganhando R$ 900/hectare).
GastaR menos, produzir mais E vender melhor
O volume de conhecimento em várias areas que o pecuarista deve ter pra ter sucesso é enorme e só aprende fazendo, medindo e gerindo para que nos próximos anos/safras possa fazer melhor. “Um dos maiores vilões do negócio pecuário certamente é o custo fixo e na maioria da vezes é necessário fechar a torneira” destacou Antônio.
Na segunda palestra do dia, Rodrigo Patussi da Terra Desenvolvimento Agropecuário começou sua palestra questionando a plateia “O que a safra 16/17 ensinou para nós?” e discorreu sobre o quão duro foi o cenário econômico e político do país e que lembraremos desse ano como o grande divisor de águas para o setor agropecuário. Patussi, imprimiu alguns comentários que recebeu através de seus clientes pecuaristas que perceberam a crise e mudaram de atitude diante do cenário: “Ao invés de 4 dias por semana na fazenda, em 2017 fui 6”, “Pulei pra dentro, sujei a bota de barro. Sei como minha fazenda reage”.
Experiência de vida e planejamento
Amir Klink fechou o dia de palestras com chave de ouro, contou sua história de vida e como suas viagens pelo mundo e principalmente a gestão e execução delas moldaram a pessoa que ele é hoje, salientou também a importância do planejamento para ter sucesso no mundo dos negócios. Em uma de suas frases mais emblemáticas, disse – “A escassez é a mãe da criatividade” – o empresário sempre trabalhou no limite financeiro para executar seus maiores projetos, principalmente no qual ele deu a volta ao mundo em um veleiro com a sua família.
A escassez é a mãe da criatividade
Por fim, alguns pecuaristas escolhidos pelo seu sucesso dentro do setor foram convidados a participar de uma mesa redonda para trocas de experiências.
Opinião de pecuaristas e especialistas
Durante o evento, pegamos a palavra de quem está no dia-a-dia no campo lidando com os desafios do setor.
“O ano de 2017 não será um ano para esquecer, mas para lembrar pra sempre, pois foi extremamente desafiador e deve ser marcado e usado como exemplo para que empresários do setor saibam planejar e gerir sua propriedade e passar melhor por tempestades como essa” comentou o pecuarista Maurício Garcia Almeida da SAGA Brangus.
“Na verdade o maior desafio do pecuarista em 2017 foi a atual conjuntura política econômica que o país atravessa, diferente da pecuária que foi um ano promissor em termos de rentabilidade, mesmo com a carne fraca o setor se mostrou tão forte que manteve-se firme, acreditamos que teremos um ano de 2018 melhor e que o setor se consolidará ainda mais, pois o agronegócio é sustentável” comentou o Gerente Comercial Nacional Fernando Penteado Cardoso Neto da Connan Nutrição Animal.
“Em 2017 tivemos um cenário diferente, pois viemos de 2 anos muitos bons e de maneira geral, o setor baixou a guarda. O baixo valor pago pela arroba pegou a maioria dos empresários no contra pé, entretanto os que tinham fluxo de caixa em dia, reservas, orçamento e planejamento passaram muito mais tranquilas por essas turbulências” destacou Luciano Araújo da Terra Desenvolvimento Agropecuário.
“O Ano de 2017 foi desafiador e o maior desafio foi manter-se resiliente a todos os impactos negativos que o setor recebeu, principalmente para quem trabalha com cria na pecuária, tivemos uma perda de faturamento de 20%, mantendo os mesmos custos. Mas saliento que esses anos são sempre os melhores para se aprender e enxergamos um ano bem melhor em 2018” comentou Giulian Rios jovem pecuarista em Rochedo, MS.