Segundo a ASBIA, somente no primeiro semestre do ano, as vendas internas e as exportações de sêmen cresceram, respectivamente, 7,6% e 60,4%
O mercado de genética bovina nacional tem motivos de sobra para comemorar o ano de 2017. A atividade passou ao largo da crise: somente no primeiro semestre do ano, as vendas internas e as exportações de sêmen cresceram, respectivamente, 7,6% e 60,4%. Os dados são da Associação Brasileira e Inseminação Artificial (ASBIA).
“O crescimento das vendas para o mercado externo confirma que o Brasil é hoje referência em genética bovina. Além disso, nos últimos três anos, houve facilitação do envio do material para outros países, o que também fez com que os números crescessem e atingíssemos novos mercados”, comenta Luís Adriano Teixeira, diretor Técnico da Asbia. Ele acredita que as exportações podem fechar o ano com expansão de 30% a 50%.
Nas vendas externas de sêmen das raças de corte, os principais destinos foram Bolívia e Paraguai. Nas vendas de sêmen de raças leiteiras, as maiores exportações foram registradas para Colômbia e Equador .”Existem outros mercados promissores como a Índia e a Costa Rica. No caso da Índia, temos raças originadas naquele país, mas que sofreram melhoramentos genéticos aqui no Brasil”, acrescenta Teixeira.
No mercado interno, no primeiro semestre a pecuária leiteira registrou o maior crescimento: 24,8% superior a igual período de 2016. Na pecuária de corte, o mercado enfrentou as consequências da crise política, como a Operação Carne Fraca, a delação da JBS, e a volta da cobrança do imposto Funrural. Mesmo diante desse cenário, as vendas de sêmen tiveram queda inferior à esperada pelo setor, fechando os primeiros seis meses do ano com recuo de 3,4%.
Para a associação, outro indicativo de que as técnicas de Inseminação Artificial (IA) e de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) vêm crescendo no País é a venda de botijões de sêmen de até 20 litros. O crescimento, no primeiro semestre, foi de 28%, índice reforçado pela pecuária leiteira, que teve quase 25% de elevação.
As vendas segmentadas por região apontam que o Centro-Oeste concentra o maior número de vacas inseminadas, liderado pelo Mato Grosso do Sul, com quase 18%. A média nacional é de 9,4%. Nos rebanhos leiteiros, esse índice sobe para 15,5%, com o Sul concentrando o maior número de vacas inseminadas, liderado por Santa Catarina (33,1% das vacas inseminadas).
O presidente da Asbia, Sérgio Saud, afirma que o pecuarista tem mudado seus conceitos, se comparado há 20 anos, quando não se investia tanto em genética como nos tempos atuais. O uso de protocolos, como a Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), é uma prova disso.
“O resultado dessa mudança é o aumento da qualidade do produto final que tem ido à mesa dos consumidores”, diz ele.
“É um investimento que compensa, ele é baixo. Eu costumo dizer que o pecuarista tem que ver a vaca da mesma forma que o industrial vê a máquina na indústria, ou seja, tem que estar produzindo. Toda vaca deve ter um bezerro ao pé e outro na barriga. Vaca é investimento, é dela que vai sair a rentabilidade da fazenda”, complementa o presidente.
Fonte: Equipe SNA/Rio e SP