Fiagro de terras começa 2025 com venda de 20 blocos de fazendas por R$ 468 milhões no Estado de Tocantins; o comprador não foi informado pela Riza, gestora do Fiagro
Nos últimos anos, o mercado de terras agrícolas no Brasil tem registrado mudanças significativas, impulsionadas pelo aumento nos preços das commodities, a expansão da área plantada e a valorização de propriedades rurais. O preço médio por hectare no país quase dobrou em três anos, alcançando média de R$ 55,02 mil em 2023.
Esse cenário reflete uma busca crescente por terras como ativo seguro contra a inflação, mas também revela desafios e tendências inéditas no setor. no Sul e Sudeste, o valor médio do hectare agricultável varia entre R$ 80 mil e R$ 120 mil; no Centro-Oeste, o valor médio do hectare fica entre R$ 60 mil e R$ 80 mil; enquanto no Nordeste, o valor médio do hectare está na faixa de R$ 40 mil a R$ 60 mil.
Além do avanço agrícola, outro fator que impulsiona a reorganização do mercado é a crescente demanda por propriedades de maior qualidade.
Segundo especialistas, investidores têm sido cada vez mais seletivos, analisando aspectos como solo, clima, logística e infraestrutura antes de concretizar negócios. Em regiões onde o solo apresenta maior percentual de argila, boa disponibilidade hídrica e topografia favorável, os valores tendem a ser mais altos, refletindo o potencial produtivo.
Um dos estados onde a valorização das terras está em ascensão é o Tocantins, sendo impulsionada pelo crescimento exponencial da área de soja plantada na última década.
De acordo com o Índice Geral de Preços (IGP-M) da Terra do Incra, o preço médio da terra no Tocantins triplicou de 2014 a 2024, e está atualmente em R$ 15 mil o hectare. Já o valor médio nacional subiu 130% no mesmo período.
Reforçando essa tendência, o Fiagro RZEO11 anunciou a venda de um lote de 20 blocos de fazendas, todas elas situadas no Estado de Tocantins, pelo valor total de R$ 468.901.500,00.
O comprador não foi informado pela Riza, gestora do Fiagro. As terras incluídas no negócio fazem parte das fazendas Bom Jesus, São Judas Tadeu, Brejo Verde, Cibrac, Bananal, Prata, Riachinho, Mangabal, Taboca, Altamira, Ilha Porto, Água Azul, Quebrada, São João, Talismã, Boa Vista, Ribeirãozinho, Carretão II, Tauá e Bonanza.
Segundo informações a área total negociada é de 39.240,92 hectares, e o valor será dividido na seguinte forma: inicialmente o comprador efetuou o pagamento do sinal de R$ 4.743.943,70, pago nesta segunda-feira (6). Até o próximo dia 14 terá que efetuar o acerto da entrada, calculado em R$ 144.157.556,30, posteriormente terá o compromisso de pagar pelos próximos quatro anos o valor de R$ 80 milhões, com correção pelo IPCA a partir da assinatura da escritura definitiva.
Listado em 2022, o RZEO11 é um Fiagro com foco na valorização das terras, assim como o SNFZ11, da Suno Asset. Ao contrário deste, porém, que mantém uma distribuição regular de dividendos como forma de ampliar a atratividade para os investidores, o RZEO11 só pagou proventos até agora quando realizou uma negociação.
Desde o lançamento, foram três distribuições, no total de R$ 32,56 por cota, o que representa um dividend yield de 13,42% em relação ao preço de fechamento desta segunda-feira, em R$ 242,54.
Fiagro RZEO11: saiba mais sobre o fundo
A gestão do Fiagro RZEO11 não informou o lucro apurado com a negociação e nem uma projeção da distribuição dos dividendos aos cotistas. O retorno alvo do fundo é de IPCA + 8,0% a 10,0% ao ano, líquido ao investidor, num horizonte de longo prazo.
A escolha por ativos em Tocantins, segundo o fundo, se dá diante da “assimetria de preços no mercado de terras da região”. Na última atualização, com data de 29 de novembro, o Fiagro informou um patrimônio líquido de cerca de R$ 702,4 milhões, ou R$ 222,79 por cota.
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