Frísia: projeto de aprimoramento genético do gado leiteiro

Supervisor de pecuária da Frísia Cooperativa Agroindustrial “Este projeto vai garantir que os nossos produtores tenham uma evolução genética mais acelerada”.

Durante a Digital Agro 2022, a principal feira de inovação no agronegócio do Brasil, a Frísia Cooperativa Agroindustrial anunciou um novo projeto para incentivar os cooperados no aprimoramento genético do seu plantel. Pelo “Programa Genoma + Leite Saudável”, 30 mil testes genéticos serão fornecidos gratuitamente para os cooperados nos próximos três anos. Essa iniciativa é uma parceria entre a Frísia, a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos de Raça Holandesa (APCBRH) e GeneticVision, e conta com o apoio financeiro do programa “+ Leite Saudável”, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Caio Godoi, supervisor de pecuária da Frísia Cooperativa Agroindustrial, explica que a iniciativa consiste em realizar testes genéticos não apenas em machos, mas principalmente em fêmeas. “Este projeto vai garantir que os nossos produtores tenham uma evolução genética mais acelerada. Objetivamos acelerar os ganhos genéticos. Quando olhamos apenas os touros, estamos vendo apenas 50% do responsável pela variabilidade genética”, comenta.

Serão selecionados animais jovens e recém-nascidos para avaliação genômica. Com isso, será possível replicar o que há de melhor entre os animais. Atualmente, a média de produção do cooperado Frísia é de 31,5 litros/vaca por dia e, com o projeto, a cooperativa busca chegar a uma produção de 35 litros/vaca por dia.

Além da melhora genética apresentar mais resultado para a propriedade, acelerando o ganho e a eficiência, também melhora os resultados técnicos. “Estamos procurando a vaca que vai ser mais eficiente e sustentável. Além de produzir um leite com mais qualidade, estas vacas podem ser selecionadas para produzir menos carbono e metano”, afirma Godoi.

Avaliação genômica

Durante a sua palestra, que antecedeu o anúncio do programa, Viviane Broch, supervisora técnica na ST Genetics, explicou que “o objetivo, quando fazemos uma seleção genômica, é identificar indivíduos superiores e trabalhar para fazer melhoramento a nível de rebanho. Tem rebanhos que já estão há anos trabalhando com a seleção genômica e vemos uma crescente bem relevante na produção de leite, por exemplo”, afirma.

Completa afirmando que a variação genômica ajuda também a definir corretamente os objetivos de seleção. “Isso acontece, pois eu vejo o perfil genético do meu rebanho, quais as características que eu preciso melhorar geneticamente. Será que a minha média de produção de leite está baixa por um problema de conforto, nutrição ou genética? Você consegue definir com muito mais objetividade e aumentar o ganho genético”.

Comentou também sobre a evolução dos últimos anos. Segundo ela, a avaliação genômica do sequenciamento bovino começou em 2004, e as primeiras avaliações genômicas não oficiais foram lançadas pela USDA em 2008. A partir de 2009 tornaram-se oficiais para as raças Holandês, Jersey e Pardo Suiço. “Em 2008/2009, a gente tinha um número prevalente de machos, de animais genotipados e, depois, nós vimos uma crescente e bem significativa na genômica das fêmeas. A maior parte do progresso dos rebanhos estava vindo apenas do lado dos machos. Isso significa que tivemos uma variabilidade de seleção muito pequena, o melhoramento é 50% do pai  e 50% da mãe, isso significa que estávamos trabalhando apenas com metade da seleção”, comenta Broch.

Programação Digital Agro

O último dia de evento (14) também contará com palestras e workshops. Haverá as apresentações de Melissa Carmichael, vice-presidente de Estratégia e Inovação do Bremer Bank; Piero Franceschi, sócio e chefe de crescimento da StartSe; Luiz Serafim, head de Brand e Communication da 3M; e Peter Kronstrom, head do Instituto Copenhagen.

Além das mais de 20 horas de conteúdo, quem visitar a Digital Agro 2022 poderá conferir novidades de mais de 40 expositores, rodadas de investimentos em startups, arena de pitch, espaço dedicado a startups e uma área externa de demonstração de produtos.

A Digital Agro acontecerá até esta quinta-feira (14) no Centro de Eventos Positivo, no Parque Barigui, em Curitiba (PR), e de modo on-line na plataforma da StartSe. O evento, que é o principal do segmento do Brasil, conta com a realização da Frísia Cooperativa Agroindustrial, coorganização da StartSe e apoio da Fundação ABC.

Fonte: Assessoria
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