O período de chuvas e frio chegou no Brasil e as temperaturas estão caindo. O frio causa morte de animais em regiões do país e produtor deve ficar atento!
A queda brusca da temperatura combinada com ventos frios e chuva pode extrapolar a capacidade dos animais produzirem calor corporal, levando à hipotermia e até a morte. “Se o animal for zebuíno (menos adaptado ao frio), magro (sem reservas de gordura para queimar e produzir calor), não dispuser de abrigo nem de suplementos energético de emergência e seu corpo ficar molhado pelas chuvas, o risco de vida é muito alto”, alerta o zootecnista Queiroz, da Embrapa.
Pecuaristas precisam estar atentos para a época do ano e, juntamente com a nutrição adequada, evitar maiores problemas como as doenças ou a morte dos animais. Veja abaixo, uma das maiores tragédias que já aconteceu no Brasil.
Lembramos que o animal velho tem menor capacidade de responder ao frio, e, também, corre risco.
Para socorrer os animais contra a hipotermia, Queiroz sugere oferecer um alimento energético que pode ser o milho ou o sorgo triturado, farelos como o de trigo e arroz, dentre outros. A dose diária a ser fornecida é de 1 quilo de alimento para cada 100 quilos de peso vivo do animal.
O que é comum nesse período de frio é animais serem acometidos com doenças respiratórias, aponta Pedro Paulo Pires, pesquisador e médico-veterinário. Segundo ele os riscos são grandes principalmente para os bezerros:
“Já constatamos mortandade de animais em boas condições de peso nessas viradas de temperatura. Tanto os animais podem morrer de frio, como podem ficar doentes pela queda rápida da imunidade. A água gelada prejudica a saúde dos animais, pode perturbar a digestão (proliferação de microrganismos),causar emagrecimento e má nutrição”.
Pedro Paulo diz que podem ocorrer doenças bacterianas, viróticas e nutricionais. “Os cuidados devem ser com o manejo, nunca causar mais estresses como desmame, troca de pastos, troca de alimentos e sempre procurar protegê-los dos ventos e chuvas frias”, alerta.
A escassez de pasto durante o período pode ser um problema para o produtor que não se preveniu com reservas de pastagens. Os pecuaristas precisam incrementar ração, sal mineral, silagem e aveia para o animal não sofrer falta de nutrientes, dizem os técnicos.
Frio repentino mata 2,9 mil bovinos em MS, em 2010
As baixas temperaturas registradas nos últimos dias no sul do Mato Grosso do Sul causaram a morte de quase três mil cabeças de gado em propriedades da região. Segundo levantamento da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), 2.927 animais morreram em 15 municípios entre os dias 16 e 19. Estima-se que os prejuízos dos produtores cheguem a R$ 3 milhões. O Estado possui 21 milhões de bovinos, segundo a Iagro.
O maior número de mortes foi registrado no município de Caarapó, com 700 animais, seguido de Ponta Porã, com 523; Antônio João, com 300; Amambaí, com 270 e Itaquiraí, com 267. Segundo a diretora-presidente da Iagro, Maria Cristina Carrijo, as mortes, por hipotermia, ocorreram por causa de uma mudança brusca na temperatura.
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“Na manhã de sexta-feira (16), o Estado registrava 30 graus Celsius e, num período de quatro a cinco horas, passou a 10 graus. À noite, a temperatura tinha baixado para cinco graus e começou a chover e a ventar. A sensação térmica era, então, de um a dois graus negativos”, explicou, acrescentando que nos dias seguintes os termômetros continuaram a registrar frio intenso.
Os mais prejudicados com a onda de frio foram os animais com baixa reserva de gordura, como bezerros recém desmamados e vacas magras. A diretora da agência disse que nesta quarta-feira a temperatura na região está em torno de 25 a 27 graus.