Frigoríficos testam preços para o boi comum em R$ 210,00/@ em São Paulo, mas pecuaristas seguram ao máximo as vendas; Pressão baixista não funcionou desta vez!
As indústrias frigoríficas estão ofertando preços menores para a arroba do boi gordo devido ao consumo lento no mercado interno e para evitar o movimento de alta na arroba, mas as negociações não são suficientes para alongar as escalas de abate. Atualmente, os preços para a arroba do boi China estão próximos de R$ 220,00/@ e para o boi comum está cotado a R$ 215,00/@, mas tem ofertas a R$ 210,00/@ no estado de São Paulo.
De acordo com o analista de mercado da Agrifatto Consultoria, Yago Travagini Ferreira, o mercado está freando o ímpeto de alta das três últimas semanas consecutivas. “A arroba estava subindo R$ 5,00 a R$ 7,00 por semana, o que não é muito comum. Porém, a valorização estava sendo justificada pela o recuo da oferta de animais e agora os frigoríficos querem frear esse tentativa de aumento de preços”, comenta.
Os pecuaristas que não tem condições de manter os animais terminados aceitam os preços dos frigoríficos, mas tem produtores que seguram às vendas para manter o movimento de valorizações.
O cenário está sendo marcada por uma queda de braço entre as indústrias frigoríficas e os produtores rurais, que buscam preços mais elevados para a arroba do boi gordo. “Nós paramos de ver as valorizações fortes dos comparativos semanais. É normal que os frigoríficos tentem reduzir a alta dos preços para garantir margens”, afirma.
Do lado da demanda interna, o analista explica que o consumo segue ‘derrapando’ e que as indústrias no início do mês tentaram repassar preços mais elevados para a carne e não conseguiram. “Está uma constante queda de braço, os frigoríficos tentam impor preços maiores para os varejistas que não aceitam ou adquirem pequenos lotes”, relata.
No atacado, os valores para o boi casado em São Paulo variam entre R$ 13,80/kg a R$ 14,20/kg. “É um preço que evoluiu nos últimos meses, mas agora está recuando devido à falta de apetite do consumidor brasileiro. No atacado tem uma escassez dos cortes dianteiros que está ligada a demanda chinesa, que tem preferência por esse tipo de corte”, pontua.
Com o poder aquisitivo menor da população tem uma migração dos cortes traseiros para os dianteiros, tendo em vista que a procura por esses cortes eleve os preços. “A diferença de preços entre o dianteiro e o traseiro estão diminuindo e é muito comum para essa época do ano, em função das compras chinesas e da procura do consumidor brasileiro”, diz Travagini.
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As incertezas no consumo interno acabando influenciando a formação de preços dos contratos futuros para o boi gordo na Bolsa Brasileira (B3). “Nós estamos vendo uma curva de desvalorizações dos preços da arroba para o mercado futuro que tem respondido diante das incertezas do consumo doméstico e as exportações para a China”, explica.
O analista ressalta que os preços da arroba não estão melhores para os contratos Outubro/20 e Novembro/20, pois o mercado não consegue se estabelecer sobre a demanda. Por outro lado, os preços registraram uma valorização de R$ 20,00/@ em todos os contratos se comparado com março deste ano.
Com informações do Notícias Agrícolas