O preço da arroba abri alas após o carnaval e mantém preços acima de R$ 200, motivados pela maior procura dos frigoríficos que querem repor estoques!
Após o feriado do Carnaval, o mercado do boi gordo deve registrar novos negócios. Segundo a Scot Consultoria, alguns frigoríficos ainda possuem programações de abates apertadas. Além disso, a menor quantidade de dias úteis dificultou o fechamento de novas vendas. “A expectativa é que os frigoríficos voltem precisando comprar boiada”, diz Hyberville Neto, analista de mercado.
A empresa ressalta ainda que, apesar do Carnaval não ser um período típico de alto consumo como o Natal, por exemplo, o feriado acaba tendo um efeito positivo na demanda por carne bovina, o que acaba por diminuir os estoques. Garantindo melhores ofertas de preço pelo boi gordo, já o pecuarista está tranquilo quanto a retenção dos animais, já que o pasto está garantindo essa margem.
Portanto para os próximos dias, a Scot afirma que apesar de existir um cenário um pouco mais calmo, há expectativa de mercado firme, com possibilidade de ganho de força. “Lembrando que já estaremos na virada do mês, quando normalmente a entrada dos salários da população aquece os preços”, ressalta.
No aplicativo do Agrobrazil, parceiro do Compre Rural, as cotações do boi gordo estão em alta. Pecuarista de Mundo Novo/BA, teve sua arroba negociada a R$ 200/@ com 30 dias para pagamento e data de abate para 02 de março. Já em Anaurilândia/MS, o boi gordo saiu por R$ 190,00/@ com 30 dias para pagamento e data do abate para o dia 05 de março. Ainda em São Paulo, valor encontrado em Iacanga, para o boi padrão foi de R$ 200/@ com pagamento em 30 dias e abate no dia 05 de março.
A necessidade de recompor os estoques é grande, já que os frigoríficos tem trabalhado no limite, evitando de ir as compras para não aumentar a oferta de preços altos aos produtores. Entretanto, as notícias de abertura de mercado e aquecimento da economia da China frente ao coronavírus, trouxe um novo patamar para o mercado do boi após o feriado de carnaval.
Sendo assim, a expectativa é grande para as exportações e, ainda, o mercado interno que deve acelerar o consumo com a chegada do pagamento e início das aulas.
Alimentação animal
A valorização do dólar ao patamar de R$ 4,40, valor recorde, deve voltar a dar firmeza aos preços do milho e da soja, insumos utilizados na alimentação animal. De acordo com o analista de mercado Rafael Ribeiro, há uma tendência de alta para o milho mesmo com uma queda nas exportações, natural para esta época já que a soja começa a ser colhida e embarcada.
Para ele, a demanda interna aquecida e o produtor rural mais resistente na hora da venda do cereal podem fazer o grão voltar aos patamares de R$ 52 a R$ 53 por saca, contra R$ 51 por saca registrado no fim de janeiro. “O milho hoje tem 70% do volume colhido entre junho e julho. Até lá, o cenário é de oferta mais ajustada, com o vendedor aguardando preço melhor, o que deve manter o preço aquecido”, diz.
Ribeiro ressalta ainda que o preço do milho poderia cair, mas só quando a segunda safra do grão começar a entrar no mercado. “A gente deve ter milho acima do patamar do mesmo período do ano passado, mas com possibilidade de cair abaixo de R$ 52, R$ 53 no mercado físico em Campinas (SP). Vale lembrar que o dólar é fator de sustentação”, comenta.
Dólar
Apesar do dólar ser fator de alta, Rafael Ribeiro afirma que este é o momento para realizar as compras de farelo de soja, já que a colheita da safra acontece neste momento e consequentemente, o esmagamento do produto no mercado interno.
Ele lembra, porém, que a partir de junho e julho, há uma forte redução nos estoques da oleaginosa. A partir deste momento, a soja poderia voltar a subir novamente. “Então em fevereiro, março e abril é o mês para compra do farelo de soja”, recomenda.
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Reposição
A expectativa da Scot é que o mercado continue firme com a projeção de melhora na demanda, exportações de carne bovina fluindo para a China e dólar mais alto. “É possível que o boi suba um pouco mais que a reposição, mas a tendência é firme para os dois mercados”, diz o analista de mercado Hyberville Neto.
“No fim do ano passado, quando houve um repique no preço do boi, o mercado de reposição não foi na mesma velocidade mas continuou firme. Agora quando o boi caiu, os preços dos animais de reposição não saíram, seguiram firmes”, relembra.
Exportações
Mesmo com uma queda nas exportações de carne bovina do Brasil para a China neste início de ano, a empresa afirma que o produto brasileiro está sendo comprado. “Isso nos leva a crer na possibilidade de que outros compradores estão estocando o produto, garantindo as compras porque se a China voltar forte, o mercado pode ter uma virada”, diz Hyberville. Segundo ele, o mercado está animado mesmo com a diminuição nos embarques para a China.
Compre Rural com informações do Agrobrazil, Scot Consultoria e Canal Rural