
M&H Riagro, grupo controlador do Frigorífico RioBeef, pede na justiça que nova diretoria seja estabelecida
Processo na justiça – Após quase três anos da gestão de Caio Faitaroni, a empresa que detém o controle acionário da RioBeef, analisou os atos de gestão praticados pelo mesmo e decidiu, através de um pedido na justiça, substituí-lo no comando da empresa frigorífica sediada em Ji-Paraná, município que fica no centro-leste do estado de Rondônia, no Norte do Brasil.
A decisão já estava tomada há muito tempo, porém para garantir a estabilidade do frigorífico, a Controladora M&H Riagro, esperou com paciência que Caio Faitaroni corrigisse alguns equívocos na estratégia e execução do negócio. O CompreRural teve acesso ao pedido do grupo controlador.
Segundo a controladora, a falta de transparência, somada ao aumento no nível de endividamento da empresa, além de flagrantes conflitos de interesse do administrador, foram cruciais para que a decisão de afastá-lo fosse colocada em prática. A nova diretoria, corrigirá a governança da empresa e dará muito mais segurança institucional ao frigorífico.
Segundo o pedido na justiça para remover a gestão de Caio houve informações divulgadas pela própria empresa que ampliaram a desconfiança do mercado e desvalorizaram as ações da companhia. A Gestão Caio Faitaroni, nunca divulgou os números reais da empresa, nem sequer para os acionistas, diz o documento.
Os números dos passivos sempre foram majorados e divulgados de forma extraoficial, sem que a empresa provasse a sua capacidade de pagamento ou mostrasse o porquê, mesmo com caixa positivo, nesses três anos, não quitou as dívidas com os pecuaristas.
Na falta das demonstrações financeiras, obrigação do gestor de uma empresa com a natureza da RioBeef, que é uma sociedade anônima, o mercado especulava que a empresa estava insolvente e por isso não honrava seus compromissos pretéritos.
Mas, a empresa M&H Riagro, com base em algumas informações, dentre as quais a Receita da empresa, mensurou que o valor das entradas dos últimos três anos foi mais que suficiente para fazer frente às despesas mensais da empresa e quitar totalmente os passivos da companhia.
Diante deste cenário a controladora indicou 05 (cinco) diretores para substituí-lo, todos profissionais de mercado e nenhum sendo sócio ou acionista da empresa. Três dos executivos nomeados já são colaboradores da empresa desde sua fundação, mas não tinham poderes de decisão, frente ao modelo monocrático de gestão de Faitaroni.
O diretor de operações, diretor administrativo e diretor jurídico, nomeados pela M&H Riagro, são as pessoas que já mantém a empresa em funcionamento e que de fato gerem a companhia no seu dia-a-dia, a controladora está ampliando poderes dos colaboradores de acordo com a responsabilidade do cargo, corrigindo esse desmanda da gestão anterior.
Uma outra demanda expressa na ação de troca da gestão atual foi a demissão de Eduardo Ferreira, colaborador histórico da empresa e responsável pela aprovação da habilitação da China para o frigorífico. A habilitação China, representa a SÉRIE A, para um frigorífico, elevando o valor das ações da empresa, ampliando sua capacidade de faturamento e gerando um fluxo de caixa positivo, já que a China paga os valores antecipadamente.
A RioBeef tem capacidade de faturamento de R$ 1,5 bilhão de reais por ano, com um resultado de lucro operacional maior que R$ 150 milhões anuais, esses números são mérito do trabalho de Eduardo Ferreira, contratado pela controladora em janeiro de 2022.
Esses valores indicam que a empresa, tem condições orgânicas de quitar todos os seus passivos em menos de 08 meses, não há razão para ampliar por anos a quitação dos débitos frente aos credores que já deveriam ter recebido.
Segundo as informações que constam no processo,a demissão de Eduardo agravou a situação de Caio Faitaroni, pois ele não formalizou a contratação do mesmo, não fazendo registro nos órgão competentes e pagando os salários de Eduardo sem fazer frente aos impostos patronais, desrespeitando as normas da empresa e as leis trabalhistas, resultando em uma ação trabalhista no valor de R$ 25 milhões.
O documento cita ainda outras ações e ingerências do administrador.
Para salvaguardar os 500 empregos diretos que dependem da RioBeef e os créditos com os pecuaristas, foi que a controladora resolveu indicar novos gestores, todos grandes profissionais, com isonomia e o compromisso de dar transparência aos credores, acionistas , órgãos reguladores e a justiça de Rondônia. A gestora acredita que a nova administração quitará todos os passivos da empresa em até 12 meses após a homologação da sua nomeação.
Os novos gestores farão uma auditoria profunda nas finanças da empresa e darão transparência ao mercado. Um fundo inglês que demonstrou interesse em fazer investimentos na indústria bovina no estado de Rondônia, acompanhará a auditoria e findo o período de 06 meses, proporá um volume de investimento no setor, através da RioBeef.
A controladora garante que não fará nenhuma mudança em relação à operação terceirizada pela empresa BMG Foods, pelo menos nos próximos 12 meses, proporá apenas alguns ajustes para melhorar ainda mais a relação.
A controladora orientou seus executivos indicados a corrigir a relação da empresa com os colaboradores, disponibilizando benefícios que são garantidos por lei e que foram deixados de lado pela gestão anterior, como um plano de saúde, a cesta básica e oferecendo palestras, cursos e incentivo à educação superior.
“A M&H Riagro tem o interesse genuíno de estabilizar a empresa e mais que isso, surpreender seus parceiros com uma empresa eficiente, honesta, provedora e responsável. A mudança de gestão é necessária para que a lei seja cumprida, o estatuto respeitado e principalmente, reduzir o tempo de espera dos credores pelo pagamento” – diz o documento.
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