Muitos frigoríficos tentam, novamente, manter uma pressão baixista em algumas praças; A demanda de carne bovina durante a primeira quinzena de agosto será um fator importante que pode levar a alta dos preços!
O mercado físico do boi gordo registrou mais uma vez preços pouco alterados nesta terça-feira, 02, mas com grande pressão negativa nos preços sendo registrado em praticamente todas as praças. As indústrias devem seguir pressionando, buscando conter o viés de alta que era esperado com a virada do mês. Alguns analistas alertam que, se o pecuarista não reter a boiada e buscar melhores preços, a margem vai ficar estreita e, em muitos casos, com prejuízo!
Para a indústria, o cenário de escalas relativamente confortáveis e preços do atacado em alta, deixam bastante margem para poder garantir um bom lucro, principalmente aquelas que trabalham com a exportação. Entretanto, para o pecuarista o cenário é desafiador, já que muitos viram os custos de produção subindo e, com a seca, fica ainda mais complicado reter os animais na propriedade.
Segundo o levantamento realizado, algumas unidades frigoríficas ainda estão ausentes da compra de gado, avaliando as melhores estratégias para aquisição de boiadas para o curto prazo e aguardam, principalmente, o escoamento do Dia dos Pais, para poder reabastecer seus estoques.
Com a oferta de preços menores, boa parte dos vendedores estão aguardando uma recuperação do mercado para novas negociações.
Com isso, segundo a Scot Consultoria, o boi gordo está sendo negociado por R$306,00/@, a vaca gorda por R$280,00/@ e a novilha gorda por R$298,00/@, preços brutos e a prazo. Vale ressaltar que, neste momento, a entrada de animais a termo segue como um trunfo importante de determinadas indústrias, mantendo uma posição confortável nas escalas de abate.
Bovinos com destino à exportação estão sendo negociados por R$315,00/@, queda de R$5,00/@ na comparação diária. Segundo o app da Agrobrazil, a melhor negociação da última terça-feira, ficou para a região de Buritama/SP, com valor de R$ 310,00/@ com o pagamento à vista e abate para o dia 22 de agosto.
Já o Indicador do Boi Gordo Cepea, surpreendeu o mercado com um recuo de 1,27% na comparação diária. Sendo assim, o valor recuou fortemente de R$ 326,65/@ para o patamar de R$ 322,50/@. Entretanto, o lado positivo é que os preços seguem acima de R$ 314,00/@ nos últimos 30 dias úteis, conforme o gráfico abaixo.
“A demanda de carne bovina durante a primeira quinzena de agosto será um fator importante que pode levar a alta dos preços, considerando que além da entrada dos salários na economia haverá também o repique de consumo relacionado ao Dia dos Pais”, diz Iglesias da Agência Safras.
Porém, tais valores não refletem em negócios efetivados, reduzindo a liquidez no mercado e, consequentemente, resultando em certo encurtamento das escalas de abate. Do lado de dentro das porteiras, a oferta de gado disponível para abate também é limitada, tanto de animais provindos de confinamento quanto terminados em pasto.
Por isso, nas últimas semanas, a composição das escalas de abate das indústrias inclui uma maior parcela de animais de confinamento próprio e/ou parceria com grandes invernistas.
Exportações
O Brasil exportou 167,3 mil toneladas de carne bovina in natura em julho/22, resultado ligeiramente superior (aumento de 1%) ao total embarcado em igual mês de 2021, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 2 de agosto, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Em receita, as vendas externas computadas em julho/22 geraram US$ 1,09 bilhão, 21,6% acima do faturamento arrecadado no mesmo período em 2021 e “o melhor resultado mensal de 2022”, destaca o analista da Agrifatto.
“Foi o segundo melhor julho da história”, informa o economista Yago Travagini, da consultoria Agrifatto.
Giro do boi gordo pelas praças, segundo Safras
- Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi permaneceu em R$ 314.
- Em Dourados (MS), os preços também não tiveram alterações e ficaram em R$289.
- Em Cuiabá (MT) a arroba de boi gordo teve segunda queda seguida e teve preço de R$ 284.
- Em Uberaba (MG), os preços ainda são de R$290.
- Em Goiânia (GO), os preços do boi também se mantiveram e ficaram em R$ 290 a arroba.
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Atacado da carne bovina em alta
Por outro lado, o mercado atacadista do boi gordo continua a apresentar preços firmes. A tendência de curto prazo ainda remete a alta das cotações em linha com a expectativa de boa demanda durante a primeira quinzena do mês. A entrada da massa salarial e o Dia dos Pais estimulam a reposição entre atacado e varejo, destaca Iglesias.
Dessa maneira, o quarto dianteiro do boi fechou com preço de R$ 16,20. Já a ponta de agulha também teve preço igual e ficou cotada a R$ 16,10. Por fim, o quarto traseiro do boi mantém-se em R$ 21,90 por quilo.