Depois de quase duas semanas de pressão baixista, cotações são um pouco mais consistentes no mercado pecuário; Frigorífico sai da moita e preço do boi gordo reage.
Nesta quarta-feira, oferta de boiada gorda não foi suficiente para atender o aumento da demanda dos frigoríficos, o que resultou em valorizações da arroba em algumas importantes praças pecuárias brasileiras, sobretudo no Centro-Oeste brasileiro, região que concentra o maior contingente de animais de corte do País.
Foi a primeira vez que os preços do boi gordo registraram reação um pouco mais consistente depois do agravamento da crise do novo coronavírus no Brasil, há cerca de duas semanas.
Segundo o app da Agrobrazil, o número de negociações concretizadas pelo país são menores, mas seguem com sustentação no preço, já que o pecuarista impõe melhores preços para concretizar as negociações. Pecuaristas de Uberaba/MG, fizeram vendas de R$ 200/@ com 30 dias para pagamento e abate para o dia 30 de março.
Já em Angélica/MS, o boi gordo ficou em R$ 190/@ com pagamento à vista e abate em 27 de março. O pecuarista de Rancharia/SP, a arroba ficou cotada em R$ 202 com pagamento à vista e abate dia 01 de abril. Já para o Boi padrão China, em Frutal/MG, a arroba foi negociada em R$ 205 com 30 dias para pagar e abate no dia 27 de março.
“As escalas de abate encurtadas reforçam a expectativa de pressão positiva da arroba no curtíssimo prazo”, destaca a Agrifatto. Segundo a consultoria, atualmente, as cotações nas praças paulistas variam ao redor dos R$ 195/@, e as programações de abate encerraram a última terça-feira com média de três dias úteis.
“Os pecuaristas do Estado buscam uma arroba mais próxima dos R$ 200, patamar registrado até a primeira quinzena de março”, avalia a Agrifatto.
Há relatos de que as vendas de carne bovina no varejo de São Paulo foram boas durante o final de semana, o que deu suporte tanto para os preços da proteína como para a valorização do boi gordo, analisa a Informa Economics FNP.
Ainda de acordo com a FNP, o fluxo de vendas de cortes bovinos tem se mostrado atípico para o período. “Mesmo com o final do mês, período de menor disponibilidade de dinheiro entre os consumidores, a demanda por carne tem se mantido ativa e sustentada principalmente por um aumento nas compras no varejo”, ressalta a consultoria.
Outras regiões
Nas praças do Mato Grosso do Sul, os preços do gado gordo subiram nesta quarta-feira devido à atuação mais ativa de frigoríficos de fora do Estado, segundo a FNP. Mato Grosso e Goiás também registram um maior volume de negócios efetivados, o que também resultou em melhoria dos preços da arroba em algumas regiões pecuárias.
No Pará e Tocantins, relata a FNP, as indústrias ofereceram preços mais altos na compra de boiada e conseguiram efetivar negócios, estendo as escalas para o meio da próxima semana.
Na região Norte do País, a valorização da arroba está associada não só ao escoamento de carne para o mercado interno, mas também às exportações de gado em pé. Estima-se que 10 mil cabeças de boiada gorda sejam embarcadas nos navios até o final desta semana, informa a FNP.
Segundo a Scot Consultoria
Em São Paulo, os pouquíssimos negócios efetivados durante os últimos dez dias reduziram os estoques e, apesar da incerteza com relação ao consumo, os compradores, aos poucos, estão voltando a ofertar preços melhores pelo boi gordo. As escalas de abate atendem, em média, três dias.
A arroba do boi gordo está cotada em R$194,00, bruto, R$193,50, com o desconto do Senar e em R$191,00, livre de imposto (Senar e Funrural). Alta de 1,6% na comparação dia a dia ou R$3,00/@. Vale ressaltar que houve negócios até R$6,00/@ acima da referência, porém, pontuais.
Coronavírus x mercado
As consequências das medidas para conter a disseminação do coronavírus mantêm os compradores retraídos, trabalhando com escalas curtas. Por outro lado, os pecuaristas aguardam preços melhores para negociar grandes volumes. Dessa forma, nas praças em que o preço ofertado pelo boi gordo não evoluiu, o volume de negócios está baixo.
Mercado de carne com osso
No mercado atacadista de carne bovina com osso, os preços estão estáveis. O boi casado de bovinos castrados está cotado em R$13,00/kg. Com os estoques enxutos, é possível um ajuste positivo no preço da carne no curto prazo.
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Acompanhe aqui as cotações desta sexta-feira do boi gordo, nas principais regiões do Brasil, de acordo com dados da FNP:
- SP-Noroeste: R$ 200/@ a (prazo)
- MS-Dourados: R$ 182/@ (à vista)
- MS-C. Grande: R$ 184/@ (prazo)
- MS-Três Lagoas: R$ 177/@ (prazo)
- MT-Cáceres: R$ 170/@ (prazo)
- MT-Tangará: R$ 171/@ (prazo)
- MT-B. Garças: R$ 172/@ (prazo)
- MT-Cuiabá: R$ 165/@ (à vista)
- MT-Colíder: R$ 163/@ (à vista)
- GO-Goiânia: R$ 180/@ (prazo)
- GO-Sul: R$ 177/@ (prazo)
- PR-Maringá: R$ 192/@ (à vista)
- MG-Triângulo: R$ 182/@ (prazo)
- MG-B.H.: R$ 182/@ (prazo)
- BA-F. Santana: R$ 182/@ (à vista)
- RS-P.Alegre: R$ 192/@ (à vista)
- RS-Fronteira: R$ 189/@ (à vista)
- PA-Marabá: R$ 187/@ (prazo)
- PA-Redenção: R$ 185/@ (à vista)
- PA-Paragominas: R$ 187/@ (prazo)
- TO-Araguaína: R$ 179/@ (prazo)
- TO-Gurupi: R$ 177/@ (à vista)
- RO-Cacoal: R$ 163/@ (à vista)
- RJ-Campos: R$ 182/@ (prazo)
- MA-Açailândia: R$ 177/@ (à vista)
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