Recém-inaugurado, frigorífico torce por liberação; mercado interno é a única saída de indústrias menores que aguardam autorização para exportar
Enquanto está pagando até R$ 310 pela @ do boi na região Norte do Mato Grosso, o recém-inaugurado Frigorífico Boa Carne faz as contas para assegurar as margens no mercado interno na torcida para que a autorização para exportações não demore. Em conjuntura de boi considerado caro, pela baixa oferta, entressafra chegando, e consumo interno fraco, o canal exterior é aguardado pela maioria dos frigoríficos de menor porte.
A nova indústria, que começou a abater em 23 de março, no município de Colíder, tem que aguardar, primeiro, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) habilitar a planta. “Esperamos, no mínimo, até agosto a autorização para exportarmos para China e Estados Unidos”, diz Ovaldir Mançano, sócio-proprietário.
E como manda a regra desses países, o Boa Carne terá que aguardar, na sequência, as habilitações igualmente das respectivas autoridades sanitárias, assim como outros frigoríficos que estão na fila de espera para esses mercados.
Para 2021 é muito difícil qualquer dessas certificações, mesmo a do Mapa não está garantida que saia, uma vez que os órgãos regulatórios do ministério não protocolam nenhum prazo quando as empresas dão entrada no processo.
Para o bem do frigorífico de Mançano, que já está matando em torno de 500 cabeças diárias só para mercado interno, a planta industrial nova tem custo mais leve de ser carregado, entre os quais equipamentos que consomem menos energia elétrica e água. A capacidade autorizada de abate é de 840 animais/dia.
Além disso, explica o empresário, a graxaria moderna também ajuda na obtenção e receita com a comercialização de sebo e gordura, para a indústria de sabão, e de farinha de ossos, para ração animal. Ao contrário, segundo ele, de muitas empresas de pequeno porte do setor, a estrutura operacional do Frigorífico Boa Carne ajuda a manter as “margens acima do pescoço”.
Além de operar com boi de qualidade para mercados exigentes do Sudeste, conta Mançano, que está buscando animal num raio de até 300 kms de Colíder, numa região com várias plantas da JBS que concorrem pelo animal.
Adaptado de Money Times