Frigorífico comprando de “conta-gotas” e arroba caindo

Após recorde de preços, frigoríficos sentem o peso da queda nas margens e preferem não arriscar, comprando devagarinho os lotes necessários. Veja!

Segundo a IHS Markit, repetindo o comportamento observado nos primeiros dias da semana, o fluxo de comercialização no mercado de boiada gorda continuou cadenciado. “A morosidade de negócios reflete uma maior cautela por parte das indústrias frigoríficas quanto ao ritmo do consumo doméstico de carne bovina”, afirma a consultoria, acrescentando que também há sinais de menor apetite chinês nas compras neste período final do ano.

Escalas de abate no Mato Grosso do Sul já passam dos 10 dias, em São Paulo e Minas a situação começa a ficar confortável e os frigoríficos continuam adotando a estratégia de pressionar os preços que, na maior parte seguem com viés de baixo. Confira abaixo!

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 275,14/@, na quarta-feira (02/12), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 262,54/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 259,10/@.

Os preços seguem variando de R$ 270,00 a R$ 280,00 nas praças paulistas, com uma arroba sendo puxada para baixo a cada dia. As indústrias frigoríficas abriram o dia derrubando os preços do boi gordo em São Paulo, pagando R$ 2/@ a menos na comparação diária, segundo informa a Scot Consultoria.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 275 a arroba, ante R$ 278 na terça-feira.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, os preços ficaram em R$ 273 a arroba, contra R$ 272.
  • Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a cotação chegou a R$ 265 a arroba, ante R$ 267.
  • Em Goiânia, Goiás, o valor indicado foi de R$ 265 a arroba, inalterado.
  • Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 260 a arroba, contra R$ 265.

Alerta e Alento

Diante das disparadas, nos últimos meses, da arroba do boi gordo, muitas plantas frigoríficas estão operando com a capacidade de abate reduzida, uma tentativa de minimizar maiores impactos negativos em suas margens operacionais. “As indústrias, principalmente de grande porte, também limitam o fluxo de suas aquisições de animais prontos para abater por dispor de ofertas oriundas de confinamentos próprios ou do cumprimento de negócios a termo com entrega agendada para este período”, relata a IHS.

Por outro lado, a manutenção do quadro de oferta restrita de gado terminada segue limitando a intensidade das baixas em todo o país e, diz a IHS Markit, “aparece como fator primordial de suporte”.

O mercado não dispõe de grandes volumes de animais terminados a pasto para venda, que devem chegar mais tardiamente nesta nova temporada devido à estiagem prolongada no Brasil. As chuvas voltaram, mas ainda de forma muito irregular, o que também deve tardar os processos de terminação, prevê a IHS.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina caíram em pleno período de virada de mês. Conforme Iglesias, o recuo nos preços surpreende e preocupa os agentes do setor, na medida em que o final do ano marca o auge do consumo de carne bovina.

“No entanto, em um ano de dificuldades econômicas tangíveis, é compreensível que o consumidor médio esteja saturado. Basicamente, cresceu a busca por proteínas animais mais acessíveis, que causam menor impacto na renda familiar, e a carne de frango passou a ser a grande alternativa”, destaca o analista.

Com isso, o corte traseiro caiu de R$ 20 o quilo para R$ 19,85 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 16 o quilo, contra R$ 15,80 o quilo ontem, e a ponta de agulha caiu de R$ 15,55 o quilo para R$ 15,40 o quilo.

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