Frete alto dificulta entrega de fertilizantes

O maior custo do transporte de fertilizantes tem limitado as entregas do produto e gerado acúmulo nos armazéns dos portos brasileiros.

Quem alerta é a consultoria INTL FCStone, que tem acompanhado os impactos logísticos, sentidos desde o início da vigência da tabela de preços mínimos de fretes – no começo de junho desse ano.

“Em Paranaguá, destino de 46,1% de todo o fertilizante importado no país em 2018, o tempo médio de espera para a atracação dos navios de fertilizantes é estimado em 17 dias. No ano passado, por exemplo, as embarcações aguardaram cerca de 8 dias para desembarcar os fertilizantes na média do mês de julho”, explica o analista de mercado do grupo, Fábio Rezende.

A situação é exacerbada pela baixa disponibilidade de caminhões no litoral, já que as vendas de grãos por via rodoviária também têm sido evitadas, de modo que, em muitos casos, não tem sido possível levar os fertilizantes ao interior, gerando crise de abastecimento.

No interior, a falta de produto limita compras antecipadas para o período de pico da demanda, o que ameaça estender o caos logístico para o restante do ano mesmo que o embaraço dos fretes seja resolvido com celeridade.

Nos portos, os problemas se estendem: a lotação dos armazéns causa impacto no tempo de espera dos navios – resultando em aumento sobre o valor do demurrage, multa paga pelo fretador ao armador por cada dia de estadia acima do tempo contratado. O valor dessa multa é repassado para o preço do produto transportado na venda no mercado interno.

“Para o cloreto de potássio (KCl), o fertilizante mais demandado por importadores brasileiros, o demurrage médio de junho/18 atingiu US$ 7,56/t, um crescimento de US$ 4,82/t em relação ao mesmo período de 2017”, atenta Rezende.

Nos próximos meses, o desabastecimento do mercado nacional de fertilizantes deve causar atrasos nas entregas, época de pico de demanda de adubos. Segundo avaliação do analista de mercado da INTL FCStone, Fábio Rezende, “o avanço do custo de demurrage se junta aos preços mais elevados dos fertilizantes no mercado internacional, ao dólar mais valorizado e aos fretes mais altos tornando mais caro aos consumidores finais a aquisição dos adubos, o que deve ter um impacto negativo na demanda em 2018”.

Com informações do Diário de Cuiabá.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM