A doença hemorrágica epizoótica foi descrita pela primeira vez em 1955 nos EUA em um cervo-de-cauda-branca.
O número de casos de doença hemorrágica epizoótica (DHE) está aumentando rapidamente no sudoeste de França.
A Secretaria de Agricultura informou os primeiros três locais infectados no dia 21 de setembro. Pouco mais de duas semanas depois, em 7 de outubro, o número de casos subiu para 53. A zona de proteção de 150 km em torno das instalações infectadas chega até Dordogne. O ministro Marc Fesneau ordenou testes obrigatórios para qualquer animal que saia de uma fazenda dentro desta zona.
A doença em bovinos é caracterizada por febre, anorexia e dificuldade para engolir.
Doença hemorrágica epizoótica no mundo
A doença hemorrágica epizoótica foi descrita pela primeira vez em 1955 nos EUA em um cervo-de-cauda-branca. Desde então, o vírus também foi detectado no Canadá e no México, bem como em outras partes do mundo: América do Sul, África, Oriente Médio, Japão, Sudeste Asiático e Austrália. Desde 2021, a doença também é prevalente na Tunísia, na costa norte da África, onde mais de 100 casos foram relatados até agora.
As primeiras infecções na Europa surgiram no outono de 2022 nas ilhas da Sicília e Sardenha, no sul da Itália, bem como no sul da Espanha, do outro lado do Mediterrâneo da Tunísia. Desde então, na Espanha mais de 100 casos foram identificados. Lá, a epidemia está constantemente se espalhando mais ao norte. O caso mais recente na Espanha esteve a pouco menos de 30 quilômetros da fronteira com a França.
A autoridade francesa de segurança animal e alimentar, Anses, conclui, portanto, que os primeiros casos naquele país foram causados por vetores provenientes do país vizinho do sul. A Anses também diz que esses mosquitos estão se espalhando mais ao norte porque as mudanças climáticas estão possibilitando que eles sobrevivam por mais tempo.
Zonas de proteção e exportações de bezerros e vacas vivos
Na França, a descoberta dos primeiros casos e a rápida disseminação da doença levaram a uma “abordagem de todas as mãos no convés”, ou seja, que requer a atenção de todos. Seguindo as regras da UE para a doença de notificação compulsória, o ministro Fesneau, da Agricultura e Soberania Alimentar, ordenou zonas de proteção de 150 km ao redor de todas as instalações infectadas.
Como essas zonas muitas vezes se sobrepõem, a área coberta agora chega até Bordeaux, a menos de 600 km ao sul de Paris. A exportação de animais vivos de fazendas pecuárias nesta área para outros países da UE não é permitida, embora Fesneau tenha agora chegado a um acordo com o seu colega espanhol que permite a exportação se forem cumpridas condições rigorosas de biossegurança.
As proibições de exportação estão causado grandes perdas econômicas aos produtores franceses, uma vez que o país transporta normalmente cerca de 1,1 milhões de bezerros e vacas por ano para Itália, Espanha e Argélia. “Estou negociando mais com as autoridades da Itália e da Argélia para reabrir suas fronteiras o mais rápido possível”, disse o ministro. Além disso, na própria França, os testes prévios à circulação são obrigatórios para os bovinos transportados diretamente para abate ou entre fazendas. “Infelizmente, não há vacina para a DHE”, acrescenta Fesneau.
DHE em bovinos
A Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE) é uma doença viral transmitida por vetores de ruminantes. É responsável por sinais clínicos graves e alta mortalidade em veados-de-cauda-branca. Mas também pode infectar espécies domésticas. Em pequenos ruminantes, geralmente é assintomática. Já em bovinos, pode causar sinais clínicos que levam a perdas econômicas nas fazendas, dizem especialistas da produtora de vacinas animais Ceva.
A Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Iowa disse: “A doença em bovinos é caracterizada por febre, anorexia e dificuldade para engolir. Os distúrbios da deglutição são causados por danos aos músculos estriados da faringe, laringe, esôfago e língua, podendo levar à desidratação, emagrecimento e pneumonia aspirativa. Edema, hemorragias, erosões e ulcerações podem ser vistos na boca, nos lábios e ao redor dos coronetes. Os animais podem ficar rígidos e coxos, e a pele pode estar espessada e edematosa. Abortos e natimortos também foram relatados em algumas epidemias.”
Fonte: Dairy Global
ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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