A crise hídrica, intensificada pela falta de chuvas e pela utilização de bombas potentes para irrigação, eleva incertezas sobre a nova safra paraguaia.
A estiagem histórica no Paraguai está afetando o mercado do arroz no país vizinho, podendo impactar tanto na oferta, quanto na qualidade e nos custos logísticos. “O Rio Paraguai, via essencial para o escoamento de arroz e outros produtos, registra níveis extremamente baixos, com uma queda média de 2 centímetros por dia”, relata o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
Em alguns pontos, como o Rio Tebicuary, que também é vital para a irrigação no Paraguai, a situação é crítica, com variações diárias de até -34 centímetros. “Esse cenário não apenas prejudica o transporte fluvial, que já opera com redução de até 70% na capacidade das embarcações, como também dificulta a irrigação das lavouras de arroz, um fator essencial para garantir a produtividade e qualidade da safra”, lembra Oliveira.
A crise hídrica, intensificada pela falta de chuvas e pela utilização de bombas potentes para irrigação, eleva incertezas sobre a nova safra paraguaia. “Mesmo que o plantio esteja avançado em mais de 70% nas principais regiões produtoras, a dificuldade crescente em bombear água ameaça o desempenho das lavouras”, pondera o analista. A falta de água suficiente já está sendo relatada como um grande obstáculo, especialmente em áreas críticas como Villa Florida, que dependem do Rio Tebicuary.
O aumento dos custos logísticos devido à menor capacidade de transporte fluvial adiciona mais uma camada de complexidade ao cenário. “A combinação de desafios logísticos e climáticos eleva o receio de uma oferta limitada de arroz paraguaio no mercado internacional”, prevê o consultor.
O Paraguai, tradicionalmente, colhe sua safra de arroz perto da virada do ano, período estratégico para o mercado brasileiro, que tende a enfrentar preços mais elevados nessa época devido à sazonalidade. “Como um dos principais fornecedores para o Brasil, o arroz paraguaio desempenha um papel crucial para ajudar a aliviar essa pressão de preços, especialmente durante os primeiros meses do ano, quando a oferta doméstica brasileira é mais restrita”, destaca Oliveira.
Com problemas causados pela severa estiagem no Paraguai, o cenário é incerto. “Se a situação climática e logística não melhorar, o fornecimento de arroz do Paraguai ao Brasil pode se tornar limitado, impactando nos preços internos no período de pico sazonal e forçando o mercado brasileiro a buscar alternativas de importação”, finaliza o consultor.
Fonte: Agência Safras
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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