
Elas não são maioria nas pistas de prova, mas vêm conquistando espaço no pódio e na gestão de propriedades rurais dedicadas à criação de cavalos Crioulos no Brasil
No Dia Internacional da Mulher, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) reúne a história de mulheres diferentes, mas com uma grande paixão em comum: o cavalo. A médica veterinária e técnica da ABCCC, Christina Freitas Bandeira de Mello, a criadora Taiane Letícia Zocchetto e a jovem Maria Manoela Capalbo Milleo Rosas Demiate representam a crescente da força feminina na raça.
Vinda de uma família de comerciantes, a criadora Taiane Zocchetto, da Cabanha Taimã, de Santa Rosa (RS), descobriu a paixão pelo cavalo Crioulo na adolescência, durante um período das férias, quando participou de atividades em hotel fazenda. Como presente de aniversário de 15 anos, pediu ao pai um cavalo, dando início ao seu criatório. O início das suas atividades se deu no Laço Comprido, participando também das provas do Freio Jovem e da Morfologia. “O laço é um esporte que me acompanha. O crescimento feminino que teve é grandioso”, completa.
Em 20 anos criando Cavalo Crioulo, Taiane destaca importantes conquistas como o título de Melhor Exemplar da Raça na grande final do Campeonato Nacional de Morfologia da Expointer, em 2015, com a égua História da Taimã. Em 2022, Quebracho da Taimã recebeu o título de grande campeão na categoria machos. Em 2023, Taiane levou para casa o Freio de Bronze, com o cavalo Mis Amores da Taimã.
Primeira mulher a compor o corpo técnico da ABCCC — desde 2001 —, Christina é outro exemplo de quem cultiva o amor pela raça Crioula desde a infância, já que seu avô, pai e tio mantinham criação em Alegrete (RS). “Sempre gostei de andar a cavalo, da vida do campo”, resume. Mesmo antes de estar formada, teve a oportunidade de acompanhar vários julgamentos, secretariando o pai. “A vivência é uma parte muito importante, mas também é preciso a técnica para que o trabalho seja completo. Sempre gostei de desafios”, afirma. “Não existe rotina, sempre estamos em contato com a natureza e buscamos deixar mais acessível o que aprendemos”, completa.
Após se formar, ingressou no corpo técnico da ABCCC e construiu sua trajetória. No portfólio estão julgamentos de três finais do Freio de Ouro, um Freio da FICCC e a Exposição Morfológica do Prado, em Montevidéu, além de várias credenciadoras, Morfologias e Passaporte. Christina destaca a ascensão feminina no meio crioulista, tanto entre criadoras quanto no fato de mais veterinárias terem interesse pela área. “É um trabalho muito prazeroso. Estamos em contato direto com o criador, trocamos ideias e, ao longo dos anos, vemos os filhos dos associados também envolvidos com a criação”, destaca.
Gente nova que vem chegando na raça, como a jovem Maria Manoela, 16 anos, da Fazenda Capão Grande, de Ponta Grossa (PR), representa a nova geração do Freio de Ouro. Em 2024, ela conquistou o Freio Jovem e diz que disciplina e dedicação são essenciais para alcançar novos títulos. “Como gosto, fica fácil. Não importa a idade, a modalidade, se é algo que gosta tem que ir atrás. O apoio da família é muito importante para seguir em frente”, destaca Maria Manoela, que planeja cursar Medicina Veterinária e treina diariamente para as disputas. Segundo ela, a participação feminina nas provas tende a aumentar e, entre as inspirações, cita Luiza Sarmento e Joana Azevedo.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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