Propriedade perdeu animais, teve pastos dizimados e pelo menos um dos funcionários ficou ferido no combate às chamas, fazenda fica em Campinápolis, Mato Grosso.
Mais uma vez chamas descontroladas vitimaram uma fazenda em Mato Grosso nesta semana. Dessa vez a vítima foi a fazenda agropecuária Lagoa Bonita, localizada no município de Campinápolis (MT). Segundo testemunhas, o fogo partiu da aldeia Chão Preto, localizada na reserva indígena Xavante, e acabou se descontrolando.
A queimada é uma técnica utilizada por algumas etnias, como a dos xavantes, para auxiliar na caçada aos animais.
Não se sabe se esse foi o motivo do incêndio, mas acontece que as chamas acabaram atingindo a propriedade rural que é tradicional na criação de bezerros.
A fazenda perdeu animais e teve um funcionário ferido no combate às chamas. Dados preliminares apontam prejuízo superior a R$ 1 milhão.
R$ 1 milhão. Emocionado, o gerente da Lagoa Bonita e médico veterinário Ricardo Mandele relembra como foi o combate ao fogo que começou na última quarta e só foi finalizado neste sábado, 14.
“Os indígenas jogaram fogo na área deles e um redemoinho pulou o aceiramento e caiu dentro da fazenda. Mexemos com pecuária e a braquiária está com cerca de 60 centímetros na fazenda inteira e, com a palhada, o fogo espalhou rapidamente. Eu tenho quatro tanques de água e usamos tratores e outras máquinas, mas não conseguimos apagar. Acabou sobrando apenas dos tratores, pois o resto quebrou na correria do incêndio”.
Foram 20 quilômetros de cercas incineradas e horas de trabalho árduo até que o fogo fosse controlado. O fogo também se espalhou pelas estradas da região e consumiram pontes de madeira.
Ao todo, mais de 10% dos 6 mil hectares da fazenda foram queimados. Segundo Ricardo, a pastagem destruída era nova e tinha recebido adubação de 2 mil quilos de calcário por hectare.
A fazenda pertence a um grupo do interior de São Paulo e trabalha com a produção de bezerros, fazendo a desmama com 289 quilos de média e seis meses de idade. Ao todo, a propriedade conta com mais de 5 mil cabeças de gado, entre vacas, bezerros e bois. Felizmente, a perda de animais no incêndio foi pequena: apenas quatro bezerros foram vitimados fatalmente.
“O que salvou o resto do rebanho foi o fato de eu ter quebrado a cerca com o trator e, como é uma área rotacionada, meu gado é experiente e veio tocado para uma área segura.As vacas também são mansas e vieram atrás da moto e do trator, só assim conseguimos empurrar todo o gado para a frente da fazenda”, contou Ricardo, que agradeceu muito os funcionários nessa luta árdua contra as chamas.
Para o pecuarista e sócio na fazenda, Renan Bevilaqua Santos, é lamentável que a atitude de terceiros tenha prejudicado tanta gente. “Viemos aqui para investir e não somos extrativistas. Temos tudo certinho e acontece um incidente desses, por causa da irresponsabilidade dos outros. É revoltante, poi nos sentimos impotentes nessas horas”.
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Informações são do site aguaboanews.com.br