Fogo destrói plantações e a cobertura, fazendo as áreas próximas serem combustível para as chamas; Na propriedade do agricultor José Osmar Bergamasco, em Nova Mutum, o fogo destruiu uma área de plantio onde seriam colhidas cerca de 600 sacas de milho.
Entre os meses de julho e agosto, foram registradas 1.167 ocorrências de fogo em vegetação. Comparado ao ano passado, são 224 casos a menos, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Na propriedade do agricultor José Osmar Bergamasco, em Nova Mutum, o fogo destruiu uma área de plantio onde seriam colhidas cerca de 600 sacas de milho. As chamas também queimaram boa parte da área que já tinha sido colhida e estava coberta com palhada. Nesta safra ele plantou 1,5 mil hectares de milho. As áreas de pastagens e palhada seca que cobrem o solo, transformam-se em combustível e viram alvo fácil para as chamas.
Produtor quase perde a vida
O agricultor conta que há dois anos atrás a propriedade também foi vítima de um incêndio acidental e que, quase perdeu a vida tentando controlar as chamas que destruíram um trator. O fogo ainda deixou um rastro de destruição de mais de 500 hectares em áreas produtivas da região.
“Queimei praticamente 70% do corpo. Nasci de novo e ainda estou me recuperando. A mão ainda está danificada e estou usando luva para me proteger. Eu não desejo isso nem para o meu pior inimigo, é uma dor insuportável. Passei 60 dias à base de morfina para controlar as dores”, comentou.
O encarregado de produção, Fernando Soupinski, contou que o fogo durou quase 3 horas na propriedade mesmo com o uso de trator de água para combater as chamas. “Isso aqui é uma perda, cinco anos para recuperar de volta o que perdeu aqui. Sem contar que a expectativa aqui era de uma safra de 120,130 sacas por hectare. E não dá nem para aproveitar o milho”, pontuou.
O presidente da Associação dos Produtores de Milho e Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, frisa que os produtores do estado são o maior corpo de bombeiros do mundo e que dos 8,2 mil associados, não tem um que não possua tanque de água.
“É claro que nós vamos fazer a cobrança na faixa de domínio, que é fora da propriedade, mas no estado de Mato Grosso o produtor rural já faz isso e é uma parte por preocupação e outra por interesse, porque se uma área for queimada ele perde seu patrimônio”, afirmou Cadore.
O Governo de Mato Grosso afirma que quadruplicou os investimentos em tecnologia e estratégias de prevenção e combate ao fogo. Neste ano, serão R$ 38 milhões somente para o controle das queimadas.
Quem tem propriedade às margens de rodovias diz que a maior parte das ocorrências começa do lado de fora da porteira, na chamada zona de domínio, e cobra dos responsáveis, mais atenção na limpeza destes locais.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.