Florestas restauradas aumentam produtividade de soja em até 10 sacas por hectare

Estudo destaca o impacto da recuperação florestal na agricultura e os desafios para o equilíbrio do ciclo da água

Durante a COP29 em Baku, nesta quinta-feira (21), o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) revelou uma análise pioneira sobre os benefícios da restauração florestal para a agricultura e o meio ambiente. O estudo destaca que a recomposição de apenas 2% a 10% das áreas degradadas pode trazer ganhos significativos, como a redução do risco de perdas nas colheitas e o aumento da produtividade agrícola. Na cultura da soja, por exemplo, regiões recuperadas podem alcançar até 10 sacas a mais por hectare, demonstrando o impacto positivo dessa prática sustentável.

Essa investigação integra o projeto Galo, uma iniciativa global que avalia como práticas agrícolas e a preservação da vegetação nativa interagem nos biomas Amazônia e Cerrado.

Com base em dados coletados desde 1985, o estudo revelou que áreas restauradas com florestas secundárias não conseguem recuperar completamente funções essenciais, como a evapotranspiração. Isso indica uma limitação na capacidade dessas regiões sustentarem o ciclo hídrico de maneira plena.

Ludmila Rattis, pesquisadora do Ipam e do Centro de Pesquisa Climática Woodwell, ressalta que o restabelecimento completo da regulação climática, incluindo o controle da temperatura, ainda não é alcançado em áreas restauradas.

Apesar disso, os cientistas enfatizam que a recuperação florestal desempenha um papel crucial na otimização da produção agrícola. Um exemplo claro disso é o impacto positivo na eficiência do cultivo de soja, conforme evidenciado pela pesquisa.

Embora a restauração traga vantagens importantes, Ludmila Rattis reforça que ela não pode ser vista como um substituto para a conservação de florestas primárias. “Proteger as florestas primárias é essencial, pois elas são insubstituíveis“, destacou a pesquisadora.

A pesquisa contou com a colaboração de André Andrade, Bianca Rebelato, Elisângela Rocha e Ludmila Rattis, que assinam o estudo.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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