Finais do Cavalo Crioulo em Esteio valorizam o trabalho dos domadores

Evento da ABCCC no Parque de Exposições Assis Brasil definiu os melhores da categoria no ciclo; R$ 40 mil reais foram distribuídos entre as primeiras colocações

Lado a lado desde o início de sua formação, a doma sempre esteve presente na história de cavalos atletas. Na raça Crioula, o ofício da doma é reverenciado no maior palco da raça onde é reconhecido o trabalho dos melhores domadores do ciclo. Neste ano, as finais da Doma de Ouro – também conhecida como etapa de Redomão da ABCCC – e Um Ano de Freio, aconteceram durante a sexta-feira e sábado, 17 e 18 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). Na premiação, R$ 40 mil reais foram distribuídos entre as primeiras colocações, reconhecendo a importância da atividade. As finais aconteceram sob a vigência dos protocolos de enfrentamento à Covid-19 estabelecidos pela Associação e também foram transmitidas ao vivo pelos canais oficiais da ABCCC.

Com um total de 33 conjuntos competindo nas duas modalidades, o ciclo atual foi mais enxuto do que em edições passadas. Mesmo assim, o jurado Thiago Andreolla Persici, que é membro da Subcomissão de Doma de Ouro, comemorou os resultados e elogiou a qualidade nas provas: “A prova de Doma teve uma regulamentação há apenas 3 ou 4 anos, e ela vem num crescimento técnico grandioso. Nosso cavalo está com qualidade de andadura, qualidade de figura, até chegar às provas de campo com maestria”. A qualidade é resultado do trabalho dos homenageados do dia, os domadores, que de acordo com o jurado “estão cada vez mais conhecendo a genética com que trabalham, os animais, sabendo explorar cada detalhezinho, cada ponto da prova pra tirar o melhor resultado de cada animal”. Persici avaliou a agenda desta semana em Esteio ao lado do colega jurado e técnico da Associação, Rouget Gigena Wrege.

Ele que já teve reconhecimento no ano passado – quando inclusive venceu o título de Domador do Ano – voltou a subir nos lugares mais altos do pódio, desta vez na Final da Doma de Ouro (Redomão ABCCC): Rian de Vasconcelos Valadão. A montaria vitoriosa neste ciclo foi a parceria com a fêmea Mangaba da Timbaúva, abrindo uma vantagem considerável de pontuação em relação aos demais colocados. “Graças a deus estou aqui consagrando o trabalho de um ciclo inteiro. A égua surpreendeu e cresceu muito durante a prova, mantendo uma boa qualidade. Estou muito feliz e muito contente, agradeço muito a Deus e a minha família que está sempre junto comigo, ao proprietário da égua pela confiança e agora o plano é seguir trabalhando para chegar bem o ano que vem novamente”, declarou o domador.

Consolidando os resultados obtidos no ciclo passado, quando alcançou o topo do pódio após 21 dias de doma, o conjunto composto pelo ginete Marcos Braga Silveira de Ávila e a égua Boina do Kavaju Porã repetiu o feito, desta vez competindo na prova Um ano de Freio. Alcançaram a vitória em dupla, mas também foram reconhecidos individualmente. O animal, égua tostada filha de Capanegra Jacarta e Ostra do Kavaju Porã, ganhou o Selo de Raça. O domador, somando 130 pontos na conclusão do ciclo iniciado em 2020, garantiu o Troféu Vilson Souza de Domador do Ano – prêmio que já havia conquistado em 2019. “Com essa égua eu consegui conquistar o primeiro lugar na Doma de Ouro, um título realmente importante pra mim que sou domador, em uma prova muito bem feita, onde se respeita muito o cavalo. Neste ciclo, com o freio, ela voltou e se mostrou tão bem quanto o ano passado”, comemorou Marcos.

Criada há quatro anos pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, a Prova de Castrados traz para a principal pista da raça o dia a dia das lidas do campo em uma competição que demonstra força alinhada a funcionalidade, que, mesmo em fase de construção, valoriza um recorte importante no Cavalo Crioulo. Admitidos pelo técnico Jaime Fagundes Bica de Freitas, 7 exemplares se apresentaram com cinco conjuntos na categoria Amador e dois na categoria Master.

Composta pelas etapas de Morfologia, Andaduras, Figura e Esbarradas, a prova trouxe dois ginetes ao topo da competição. Na categoria Master, e também destaque com a melhor média da prova, Daniel Ranheri Dutra subiu ao pódio conquistando o primeiro lugar, com 16,704 pontos de nota final, montando o gateado Julgador do Trinta e Oito. “Uma prova emocionante e muito gratificante, ainda mais pra nós que somos fãs do cavalo”, declara o ginete. Julgador do Trinta e Oito é filho de Jotace Destaque na mãe Pérola da Coxilha Alta, criado pela Cabanha do 38 Agropecuária LTDA, exposto pelo próprio Daniel Ranheri Dutra, da cabanha Dom Quixote, Viamão (RS).

Na categoria Amador, saindo do terceiro lugar do pódio na disputa de 2020, Guilherme Rosset dos Santos conquistou a primeira colocação neste ciclo com Aguerrido da Dom Quixote, finalizando a etapa com 16,429 pontos. O rosilho é filho de JA Relâmpago na mãe Las Leñas da Aldeia, criado e exposto por Daniel Ranheri Dutra, da cabanha Dom Quixote, Viamão (RS).

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