A previsão de chuvas regulares e bem distribuídas ao longo do mês de dezembro deve favorecer a semeadura e o desenvolvimento das lavouras na Região Norte.
Neste fim de semana, uma frente fria deve avançar pela costa do Sudeste e espalhar nuvens de chuva entre a região e o Centro-Oeste brasileiro. A informação foi confirmada pela meteorologista e sócia-executiva da Nottus, Desirée Brandt.
“No início da próxima semana, um novo sistema de baixa pressão e uma frente fria associada se formam na altura do Sul do país e, em meados da semana, a nova frente fria consegue avançar e reposicionar a chuva de forma mais efetiva, desde a costa do Sudeste até a Região Norte”, estima a meteorologista.
Dezembro terá chuvas fortes em boa parte do país
Para o mês de dezembro, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de chuvas entre a média climatológica (tom cinza) e acima da média (tom azul) em grande parte da Região Norte, no nordeste de Mato Grosso, em São Paulo, no sul de Minas Gerais e no oeste do Piauí.
Já na Região Sul, a expectativa é de precipitações abaixo da média (tom amarelo), exceto no leste de Santa Catarina e norte do Paraná, onde os acumulados poderão ficar dentro da normalidade ou acima da média.
No centro-leste do Nordeste brasileiro, a previsão é de chuvas dentro da normalidade, com exceção de algumas localidades da Bahia, Maranhão e sul do Piauí, onde os volumes podem ficar abaixo do esperado para o mês (200 mm). No centro-norte de Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e Mato Grosso do Sul, as precipitações podem variar entre próximas e abaixo da média de dezembro.
Centro-Sul vai concentrar chuvas nos primeiros 15 dias
A porta-voz da Tempo OK Meteorologia, Maria Clara Sassaki, ressalta que, nos primeiros 15 dias do mês, “a chuva deve se concentrar no centro-sul do Brasil, especialmente entre o norte do Rio Grande do Sul e São Paulo, e também em Mato Grosso do Sul, com pancadas frequentes e volumes elevados”, explica em nota. “Na metade norte do país, esse período será de chuvas muito irregulares e temperaturas mais elevadas”, complementa.
Já a partir do dia 20 de dezembro, os corredores de umidade terão mais facilidade para se formar no centro-norte do país, o que favorece chuvas mais intensas no restante do Sudeste e do Centro-Oeste. “Vale destacar que, mesmo com o aumento da chuva nos últimos 10 dias do ano, os acumulados nessas áreas, especificamente, devem ficar em torno da média, não superando o normal para dezembro, justamente pelo predomínio de tempo mais firme e chuvas irregulares nos primeiros 20 dias”, esclarece Sassaki.
Impactos Agrícolas
De acordo com o Inmet, a previsão de chuvas regulares e bem distribuídas ao longo do mês de dezembro deve favorecer a semeadura e o desenvolvimento das lavouras na Região Norte. Já no Matopiba, a estimativa é de menores volumes de chuvas, que mesmo assim serão suficientes para a manutenção da umidade do solo na maioria das localidades.
Em grande parte do Centro-Oeste e do Sudeste, os níveis de umidade do solo devem subir devido à previsão de chuvas regulares – o que irá favorecer o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.
No entanto, algumas áreas poderão ser afetadas pela má distribuição das precipitações, como o sudoeste do Mato Grosso, sul do Mato Grosso do Sul, oeste de São Paulo e norte de Minas Gerais.
No Sul do país também há uma expectativa de aumento dos níveis de umidade no solo, beneficiando a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Apenas algumas localidades do sul do Rio Grande do Sul e noroeste do Paraná poderão ter volumes mais baixos de chuva e redução da umidade do solo.
Último mês de 2024 será de dias quentes
O Inmet estima que as temperaturas em dezembro deverão ficar acima da média em grande parte do país (tons em amarelo e laranja no mapa). Inclusive, há chance de calor em excesso em alguns dias (tons em vermelho), principalmente na Região Norte, onde as temperaturas podem ultrapassar os 28ºC.
Segundo a porta-voz da Tempo OK Meteorologia, Maria Clara Sassaki, os dias mais quentes serão entre 8 e 20 de dezembro. O motivo é uma massa de ar seco entre o Sudeste, o Centro-Oeste e o interior do Nordeste. Após o dia 20, a massa de ar seco perde força e favorece o aumento da nebulosidade e da chuva, diminuindo também a temperatura nos últimos dias do mês.
Apenas em algumas áreas pontuais do Amazonas, Amapá, sudoeste do Paraná, leste de Santa Catarina e sul do Rio Grande do Sul pode haver temperaturas próximas ou ligeiramente abaixo da média (tons em cinza e azuis no mapa da), ao longo de dezembro, devido à ocorrência de dias consecutivos de chuvas.
Previsão de chuvas (a) e temperatura média (b) para dezembro, segundo o Inmet
La Ninã perde força
Embora houvesse uma expectativa de ocorrência do fenômeno La Niña (resfriamento das águas do Oceano Pacífico), os últimos meses foram marcados pela neutralidade das águas na região do Pacífico Equatorial.
Em novembro, houve um leve resfriamento na região do Niño 4 e do 3.4, mas ainda sem configurar o fenômeno. De acordo com a Tempo OK, a tendência de resfriamento se mantém para dezembro, porém se evoluir para um La Ninã, será de baixa intensidade.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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