Chegou o fim de ano e com ele boas notícias para o pecuarista que vê o preço da arroba subindo novamente!
Depois de um ano bastante morno com relação aos preços do boi gordo, o período de festas chegou trazendo boas notícias aos pecuaristas, com altas bastante consistentes nas últimas duas semanas. O boi gordo, em São Paulo, começou o mês de dezembro negociado ao redor de R$148,00/@ à vista, livre de Funrural e rapidamente superou a barreira dos R$150,00/@, com preços máximos até na faixa dos R$155,00/@, também na referência à vista e livre.
Se as notícias foram boas para os pecuaristas, para as indústrias elas foram ainda melhores, já que a venda de carne no mercado interno, com destaque para os cortes de traseiro, tem superado as expectativas, que já computavam alguma melhora tradicional de fim de ano. Com essa melhora na demanda, acompanhada por alta de preços, a margem da indústria teve uma forte melhora nas últimas semanas, como pode ser observado na figura 1 que compara o preço da arroba em São Paulo com o preço de venda da carne com osso no atacado.
Figura 1. Diferença entre o preço da arroba em São Paulo e o preço de venda da carne com osso no atacado.
Conforme abordávamos no artigo da semana passada, o pecuarista agora se encontra numa situação muito mais favorável na negociação já que não existe a pressão de venda imediata dos lotes confinados e o ritmo de venda de agora em diante tende a ser muito menos dinâmico do que nos meses anteriores.
Essa conjunção de demanda aquecida no fim do ano, carne subindo, pastos sobrando e reposição cara, tem tudo para iniciar o ano com muito boas expectativas para o setor produtivo.
A precificação atual do mercado futuro ainda está um pouco morna, com toda a safra balizada em R$152,00/@, o que não representa altas significativas sobre o início de 2018, porém, essa situação aliada à baixa volatilidade das últimas semanas tem possibilitado a compra de seguro de preços mínimos para toda a safra em patamares superiores aos preços da safra de 2018, com custo muito interessante. Seguem alguns exemplos na tabela 1:
Para quem tem uma estratégia de gestão de risco mais ativa, escolher entre fixar os preços do mercado futuro atual ou comprar apenas seguros de preço mínimo, a segunda alternativa parece ser mais interessante, já que cobre na maioria dos casos o custo de produção e permite que o produtor aproveite possíveis altas que venham a ocorrer na esteira de boas notícias com exportação ou melhoras no mercado interno.
Fonte: Scot Consultoria