O Sindifoz calcula um prejuízo para as transportadoras e motoristas autônomos de R$ 3,8 milhões/dia. Confira as informações abaixo!
A fila de caminhões na fronteira de Foz do Iguaçu tinha cerca de 3,5 mil veículos no início da tarde desta quarta-feira (16/2), segundo o Sindifoz (Sindicato Patronal do Transporte Rodoviário Internacional de Carga), ainda em meio operação padrão de fiscais da Receita Federal.
O caos logístico na região ocorre desde a virada do ano, mas tem gerado cada vez mais preocupações com impactos para diversas cadeias, inclusive do agronegócio. No início da semana, a fila chegou a ser de 4 mil caminhões na região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
O Sindifoz calcula um prejuízo para as transportadoras e motoristas autônomos de R$ 3,8 milhões/dia.
“A Receita e o Mapa, individualmente, estão usando de todas as maneiras para retardar a velocidade dos processos. Criam situações que acabam atrapalhando o fluxo”, destacou em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quarta-feira o presidente do Sindifoz, Rodrigo Ghellere.
O fluxo mais ativo de caminhões na alfândega, segundo o Sindifoz, ocorre apenas em partes do dia.
A maioria das cargas é de alimentos industrializados e cereais, segundo a entidade. Com a paralisação, os produtores de frangos e suínos, que trazem cargas do Paraguai para a produção de ração para alimentar os animais, já buscam alternativas em estados da região central do país.
Também há relato de impacto no transporte de cargas vivas, perda de janelas de embarques em navios, custos adicionados logísticos com demurrage e outros pontos, problema com estocagem direta e terceirizada e redução de produção, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Outras alfândegas do país também estão enfrentando problemas com a paralisação dos auditores, mas o reflexo em Foz do Iguaçu é maior por conta do grande fluxo de caminhões que o local recebe diariamente.
Para o Sindifoz, o cenário logístico pode piorar caso não haja uma negociação por parte do governo com os fiscais. “A situação tende a piorar mais, pois fim de março fecha a janela de gastos do governo. Isso ficaria somente para 2023 criando um caos total”, disse Ghellere.
A paralisação dos auditores foi iniciada há mais de um mês. O Sindamar (Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo) enviou ofício ao ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, para intervir na situação que não afeta apenas a região de Foz do Iguaçu, mas outras alfândegas no país, inclusive os portos.
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Elias Carneiro, presidente do Sindifisco Nacional, entidade sindical representativa dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, destaca que os impactos com a operação-padrão dos auditores fiscais já tem atingido os chamados os OEA, que são parceiros estratégicos da Receita Federal que precisam comprovar o cumprimento dos requisitos, além da área de exportação e importação e trânsito aduaneiro no país.
Para o Sindifisco, é válido o ofício ao governo para se buscar uma solução de atender a Receita Federal, já que o cenário pode impactar o saldo da balança comercial do país.
O Ministério da Infraestrutura disse que não vai se manifestar sobre o assunto e a Receita Federal afirmou que não comenta greve. O Ministério da Agricultura disse que a demanda está relacionada ao setor privado. A Casa Civil e o Ministério da Economia foram procurados, mas ainda não retornaram com posicionamento.
Matéria disponível em: Fila com 3,5 mil caminhões permanece na fronteira de Foz do Iguaçu