A Festa do Peão de Barretos tornou-se um ícone não só da cultura sertaneja, mas também um marco no calendário econômico do país. Com ingressos sendo comprados com até 1 ano de antecedência, o evento movimenta mais de R$ 10 bilhões; confira
Os rodeios há muito tempo deixaram de ser simples eventos de entretenimento para se tornarem verdadeiros motores econômicos, impulsionando não apenas o turismo local, mas também contribuindo de forma significativa para a economia regional e nacional. Um exemplo emblemático desse fenômeno é a cidade de Barretos, que sedia a Festa do Peão de Barretos, cujo evento anual tornou-se um ícone não só da cultura sertaneja, mas também um marco no calendário econômico do país.
Os números de uma edição do evento evidenciam um impacto econômico substancial não apenas na própria cidade, mas em toda a região circundante. Segundo a Secretaria de Turismo e Viagens do governo paulista, o impacto direto e indireto atingiu a marca de R$ 1,24 bilhão em 2022, demonstrando a magnitude desse mercado.
Durante o evento, a demanda por acomodações atingiu níveis extraordinários, com hotéis operando em capacidade máxima. Os preços dos quartos dispararam, ultrapassando a marca de R$ 1.100 por dia, refletindo a alta procura por hospedagem durante o período festivo.
Um dado relevante é que metade das reservas para hospedagem em Barretos são feitas com até um ano de antecedência, indicando o grande interesse e a demanda contínua por eventos desse porte. Isso ressalta não apenas a popularidade dos rodeios, mas também sua importância econômica sustentada ao longo do tempo.
Outro aspecto que merece destaque são os investimentos necessários para organizar um evento dessa magnitude. Segundo a Confederação Nacional de Rodeio (CNAR), uma festa de pequeno porte demanda um investimento mínimo de R$ 200 mil, enquanto uma de médio porte pode facilmente ultrapassar os R$ 3 milhões em estrutura, mostrando que os rodeios são empreendimentos que movimentam consideráveis recursos financeiros.
Os cachês dos artistas também representam uma parcela significativa dos custos envolvidos. Enquanto os valores dos cantores no auge de suas carreiras custam em média de R$ 500 mil a R$ 700 mil, há casos de shows milionários que se tornaram alvo de investigações, evidenciando a complexidade financeira por trás desses eventos.
Diante dos altos custos, é comum que as prefeituras busquem apoio da iniciativa privada para viabilizar os festivais, como foi o caso da Prefeitura de Severínia (SP), que abriu uma chamada pública em busca de patrocinadores para o evento, com um custo total de R$ 150 mil no ano anterior.
Apesar dos desafios financeiros, o presidente da CNAR, Jerônimo Muzetti, enfatiza que os rodeios estão em um bom momento, impulsionando não apenas o turismo, mas também a economia local e regional.
“Se a economia estivesse em melhor situação, poderíamos ver um avanço maior no número de eventos, mas mesmo assim estamos em um bom momento”, mencionou Muzetti.
Para os competidores, os prêmios oferecidos são uma parte crucial do atrativo dos rodeios. Em Barretos, mais de R$ 1 milhão são distribuídos em prêmios, destacando-se os R$ 200 mil concedidos ao campeão de montarias em touros.
Afinal, como surgiu a Festa do Peão de Barretos?
A Festa do Peão de Barretos, uma celebração tradicional que ocorre anualmente na cidade de Barretos, São Paulo, Brasil, é organizada pelo clube “Os Independentes” e acontece durante o mês de agosto. Originada a partir das antigas tradições das comitivas de boiadeiros que atravessavam a região transportando gado, a festa teve seu embrião nos encontros desses peões no entardecer, onde se reuniam para desafios de montaria em cavalos bravos, dando origem ao que hoje conhecemos como rodeio.
A prática do rodeio em touros, trazida dos Estados Unidos, foi incorporada à festa e tornou-se uma de suas principais atrações. Em 1956, um grupo de rapazes solteiros realizou a primeira Festa do Peão de Boiadeiro documentada na cidade de Barretos, marcando o início de um evento que ganharia projeção internacional. Desde então, o evento cresceu em escala e qualidade, tornando-se um marco no calendário cultural do país.
A mudança para o atual local de realização da festa, um parque de mais de 110 hectares projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, ocorreu em 1985, quando “Os Independentes” passaram a promover o evento nesse espaço. Com uma arena de rodeio capaz de acomodar milhares de espectadores, a festa expandiu-se e consolidou-se como um dos maiores e mais importantes eventos do gênero no Brasil, culminando em seu Jubileu de Ouro em 2005, marcando cinco décadas de tradição e entretenimento.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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