Volante do Palmeiras, ainda comemorando o título da Libertadores sobre o Flamengo na última semana, grava stories mostrando detalhes do seu churrasco
O jogador de futebol Felipe Melo, agora sem clube já que o Palmeiras comunicou na data de hoje que não renovará o contrato do atleta, publicou nas suas redes sociais um vídeo mostrando alguns cortes de carne que serão usados no churrasco em sua residência. O churrasco regrado a muita carne de qualidade ainda, possivelmente, faz parte das celebrações do bicampeonato da Libertadores do Palmeiras sobre o Flamengo, o jogo ocorreu na última semana em Montevidéu, capital do Uruguai.
Nas imagens é possível ver que ele comprou carne de Wagye, entre os cortes estão: chorizo e ancho. Estes cortes exibidos pelo voltante do Palmeiras podem alcançar R$ 200, R$ 300 ou até mesmo R$ 700 o quilo. A carne da raça é uma das mais caras e saborosas do mundo, e no Brasil, um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, não podia faltar.
De extrema suculência, sua maciez, sabor, e marmoreio são garantidos pelo controle completo da cadeia produtiva da raça.
Essa carne, conhecida como “kobe beef” –uma referência à cidade japonesa de Kobe, de onde o gado se origina– é encontrada no Brasil por um preço mais baixo, mas ainda assim salgado. À primeira vista, parece um boi comum, que não se destaca pelo porte ou musculatura, pelo contrário, é até um pouco menor do que as outras raças. Mas em termos de valor de mercado, não existe concorrente à altura: a carne da raça Wagyu chega a custar quase R$ 700 o quilo e, quem já experimentou, garante que o sabor não tem comparação.
Mas por que comer bife Wagyu ainda é um luxo para poucos?
A resposta não tem a ver com a tradição japonesa de massagear o boi e colocar cerveja misturada ao feno, práticas que visam desestressar e refrescar o gado, além de estimular o apetite nos meses quentes de confinamento. O preço nas alturas também não se justifica pela última moda australiana de tratar os animais com chocolate.
O boi Wagyu é considerado a Louis Vuitton das carnes, em grande parte, pelas elevadas exigências na criação e pelo protecionismo do Japão, de onde o gado é originário. Ao perceber sua qualidade única de marmoreio – gordura entremeada às fibras que dá sabor, suculência e maciez à carne –, em 1997 os japoneses declararam a raça “patrimônio nacional” e baniram a exportação de animais vivos e da genética Wagyu, quando apenas 221 animais tinham sido exportados.
Produzir Wagyu dá trabalho. Primeiro, é preciso um alto investimento em genética, na compra de sêmen e embriões. Os cuidados com o animal começam ainda na vida intrauterina, com suplementação alimentar da vaca desde o 2º mês de prenhez para ativar o potencial genético desejado de musculatura e marmoreio. Após o nascimento, os bezerros recebem um concentrado em cocho especial, separados da mãe, e as mamadas são controladas para evitar qualquer estresse, que pode ter impacto negativo no desenvolvimento.
O Wagyu também demora bem mais do que as outras raças para ficar pronto para o abate. Enquanto é possível abater um nelore com 18 meses de idade, a raça japonesa só atinge o ponto ideal depois dos 30 meses. No último ano de vida, o gado precisa ser confinado e submetido a uma dieta altamente energética. Tudo sem pressa. “Para uma boa deposição de gordura intramuscular, os animais devem engordar gradativamente. Por isso a criação do taurino japonês custa um pouco mais, mas estamos trabalhando para terminá-los com no máximo 30 meses””, afirma Eliel Marcos Palamim, supervisor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu.
Wagyu Kobeef Guidara
No site da empresa a marca diz que trabalha única e exclusivamente com animais 100% Wagyu Puro, certificados pela ABCBRW (Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos das Raças Wagyu), raça que se diferencia das demais por ter um alto grau de gordura HDL entremeadas nas fibras musculares, o famoso “marmoreio”, que propicia suculência, maciez, aroma e sabores inigualáveis. Com uma seleção bastante rigorosa desses animais – cujo padrão é respeitado à risca – a produção é limitada e exclusiva.
A marca criada em 2013 conta que tem um propósito bem claro: ser a melhor empresa de carnes nobres do Brasil. Segundo a empresa os animais são geneticamente selecionados e criados, em sua maioria, em nossas propriedades, o que permite o acompanhamento em tempo integral de nossa equipe técnica e total rastreabilidade da cadeia produtiva. “Do bem-estar animal à dieta balanceada – sem utilização de antibióticos ou promotores do crescimento – tudo é feito para entregar garantia de procedência e a mais alta qualidade em carnes nobres. Do corte perfeito à suculência absoluta!”