Fazenda supera estiagem com palma forrageira no Nordeste; vídeos

Fazenda Carnaúba, fincada no interior da Paraíba, seleciona dezoito raças entre elas animais da raça Guzerá, Sindi, Curraleiro Pé Duro, cabras e ovelhas

Falar da Fazenda Carnaúba é um show a parte. Numa mistura de sonho e persistência, o engenheiro Manoel Dantas Vilar Filho e o escritor Ariano Suassuna (1927-2014), seu primo, conseguiram fazer brotar na Carnaúba uma fábrica artesanal de queijos premiados no Brasil, além de ser referência nacional quando o assunto é genética de caprinos, ovinos e bovinos. A persistência familiar em produzir no semiárido nordestino rendeu à propriedade de 960 hectares altos índices de produtividade e competência técnica na criação de raças nativas de caprinos, ovinos e bovinos, tanto de leite, quanto de corte. 

Seu Manelito Dantas partiu mas seu legado continua rendendo muitos frutos. Recentemente a fazenda apresentou a recordista mundial na produção de leite dentro da raça Sindi. A matriz Adega D foi pela segunda vez recordista de leite dentro da raça, chegou a 38,7 kg/leite/dia. Em janeiro/2021 produziu seu 30° bezerro entre partos naturais e FIV.

vaca sindi Adega D -1
Foto: Fazenda Carnaúba

Em pleno semiárido brasileiro, a Fazenda Carnaúba, localizada no município de Taperoá, distante 240 quilômetros da capital do estado de Paraíba se destaca como exemplo de uso da palma forrageira como alimento, rico em fibras, para os ruminantes da propriedade. Considerando-se as condições de clima e solo, a fazenda pratica uma AGRICULTURA DE SEQUEIRO, de suporte a pecuária, por meio de cultivo de lavouras xerófilas como capins Buffel australianos (perenes), resistentes à seca, palma forrageira com a tecnologia adensada e leguminosas nativas, também resistentes a seca.

Processo de plantio da palma forrageira:

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Colheita da Palma Forrageira

A colheita da palma forrageira, da espécie orelha de elefante, na Fazenda Carnaúba é feita quando a planta atinge seus dois anos de idade. Essa variedade tem alta produção, chega atingir 500 ton/ha.

Colhendo palma com 02 anos de idade - orelha de elefante
Foto: Fazenda Carnaúba
Colhendo palma com 02 anos de idade - orelha de elefante
Foto: Fazenda Carnaúba

Tratando o gado com Palma Forrageira

Publicado em suas redes sociais, a sequência mostra o trato do gado, usando a palma como alimento. Segundo os administradores o vagão reduziu para pouco mais de uma hora o trato das vacas que antes levava o dia todo. “As vacas comem essa ração de palma mais núcleo mineral , todo misturado no vagão e completam a fibra no campo. O procedimento tem dado um bom rendimento e trazido bons resultados com o gado.”

Confira o vídeo completo do processamento da palma forrageira:

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Gado comendo a palma forrageira:

Avaliem se a palma tem palatabilidade! Insumo cada vez mais importante na pecuária do nordeste seco.

A palma foi introduzida no Semi-Árido nordestino há cerca de 100 anos. A planta é um concentrado energético de primeira grandeza (com 11% de fibras), chegando a conter 80% de nutrientes digestivos totais (NDT) – teores esses comparados aos do milho.

No Nordeste brasileiro, desde a sua introdução e devido à grande rusticidade e facilidade de desenvolvimento e propagação das mudas, a espécie vem sendo cultivada em condições adversas, nas piores áreas das propriedades e sem o mínimo manejo e tratos culturais necessários ao seu desenvolvimento.

Assim, o uso da palma forrageira na alimentação de ruminantes no Semiárido brasileiro deve ser mais difundido, pela sua adaptação ao cultivo e pela possibilidade de uso enquanto reserva alimentar estratégica para os rebanhos, em especial nos períodos secos. Além disso, a palma apresenta ainda boa palatabilidade, alto valor energético e boa digestibilidade.

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