A Fazenda Futuro acaba de captar R$ 300 milhões em uma rodada série C que avaliou a startup em R$ 2,2 bilhões.
Desde que foi criada, há três anos, a Fazenda Futuro já levantou R$ 450 milhões em capital. Investidores como Monashees, XP Investimentos, Go4it Capital, Turim MFO e Enfini Ventures, que se tornaram sócios da foodtech em rodadas anteriores, acompanharam a série C para evitar a diluição.
A rodada, um passo crucial para dar tração à internacionalização da Fazenda Futuro, foi liderada por BTG Pactual e Rage Capital – firma de venture capital europeia que conhece bem o negócio plant based, e que já investiu em startups como Aleph Farms (que produz bife em laboratório) e Clara Foods.
Com o capital levantado, a Fazenda Futuro vai acelerar a expansão internacional com foco nos EUA. Não é um desafio trivial. O mercado americano de plant based é muito mais desenvolvido, com players do porte de Beyond Meat (a startup abriu capital em 2019 e vale US$ 6,2 bilhões na Nasdaq) e Impossible Foods, foodtech que está captando US$ 500 milhões a um valuation da ordem de US$ 7 bilhões.
A Fazenda Futuro também pretende ingressar em um novo mercado. Se até aqui se dedicou a criar imitações de carne (hambúrguer, frango, carne moída, linguiça, entre outros) e recentemente debutou com o atum de planta, a intenção é chegar alternativas aos lácteos a base de vegetais e derivados, uma indústria também pulsante – a chilena NotCo foi avaliada em US$ 1,5 bilhão em julho, numa rodada de US$ 235 milhões liderada pela Tiger.
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A nova aposta deve ser lançada primeiro nos Estados Unidos e na Europa e só depois vir para cá. “Já estava no nosso pipeline diversificar as categorias. As alternativas aos lácteos a base de vegetais que a gente vai oferecer ao consumidor é totalmente diferente do que ele está acostumado a encontrar hoje no mercado. Temos tecnologias para entregar um produto sem aquele característico sabor adocicado”, assegura Leta.
Mesmo com a entrada em lácteos, o foco da Fazenda Futuro continuará nas versões vegetais de carnes. No momento, a startup estuda 12 protótipos com sua equipe de P&D. Haja paladar.
Fonte: Valor Econômico