De acordo com o relatório da Polícia Federal, os fundos foram encaminhados à estatal federal Codevasf para a contratação de uma empreiteira supostamente ligada ao ministro; veja
Novos desdobramentos de uma investigação conduzida pela Polícia Federal colocam o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), no centro de um escândalo envolvendo o direcionamento de R$ 10 milhões em emendas para beneficiar sua própria fazenda no Maranhão, quando ainda ocupava o cargo de deputado federal.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, os fundos foram encaminhados à estatal federal Codevasf para a contratação de uma empreiteira supostamente ligada ao ministro. Documentos obtidos pela Folha de São Paulo revelam que os convênios visavam a recuperação e pavimentação de estradas na cidade de Vitorino Freire (MA), base eleitoral de Juscelino Filho, cuja irmã, Luanna Rezende (União-MA), é prefeita.
A defesa do ministro reagiu às acusações, qualificando-as como “absurdas ilações” e negando qualquer ganho pessoal durante sua atuação parlamentar. Afirmaram que se trata de uma tentativa de criar uma narrativa fantasiosa para prejudicar o ministro em suas funções públicas.
Segundo as investigações, a emenda de R$ 2,56 milhões destinada entre 2017 e 2019 teria financiado a recuperação da estrada vicinal que conecta a cidade à propriedade da família de Juscelino, conhecida como Fazenda Alegria. A obra foi realizada pela empresa Arco Construção, apontada como de propriedade do ministro como sócio oculto. Ex-assessoras do político, Lia Candida Soares e Anne Magalhães, também foram associadas à empresa, conforme revelado pela apuração.
Outra empresa, a Construservice, ligada a Eduardo DP e também denunciada pela PF, teria recebido verbas de emendas encaminhadas à Codevasf para asfaltar a mesma estrada. Documentos indicam que o trecho beneficiado é o mesmo que passa pela Fazenda Alegria.
A PF descobriu mensagens entre Juscelino e Eduardo DP, sugerindo interferências nos pagamentos à Arco durante a obra. Transferências suspeitas de R$ 63 mil para a Arco, provenientes de uma suposta laranja de Eduardo DP, também foram identificadas.
As investigações levantam dúvidas sobre a utilização de emendas parlamentares para benefício próprio e destacam a conexão entre Juscelino e as empresas envolvidas nas obras. O ministro e sua irmã estão sendo investigados pela Operação Benesse, que apura convênios da Codevasf custodiados por emendas parlamentares.
A prefeita Luanna Rezende teve mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal, mas Juscelino Filho foi beneficiado por uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueou o cumprimento de outros mandados contra ele.
Os advogados de Juscelino Filho alegam que as acusações foram comprovadas pelo STF, que rejeitou o pedido de cautelar feito pela PF. Luanna Rezende, afastada temporariamente do cargo, retornou duas semanas depois. Em entrevista ao jornal maranhense O Imparcial, ela reiterou seu compromisso com uma política feita com respeito e responsabilidade.
Escrito por Compre Rural com informações do Gazeta do Povo.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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