Fazenda da BrasilAgro é avaliada em R$ 475 milhões, veja onde

Avaliando atualmente o empreendimento em R$ 475 milhões, a Fazenda São José, do portfólio da empresa, está localizada no Maranhão – estado que faz parte da nova fronteira agrícola do país, o Matopiba – apresenta os melhores resultados operacionais 

A fazenda, localizada a cerca de 100 km de Balsas (MA), tem 25 mil hectares, sendo 15 mil hectares arrendados. A Fazenda São José, que faz parte do portifólio da empresa, foi adquirida pela BrasilAgro em 2017. Segundo relatou o CFO da BrasilAgro, Gustavo Javier Lopez, diz que passados 5 anos, empresas de auditoria já indicam que a fazenda vale pelo menos R$ 475 milhões. Ele relata que o resultado financeiro gerado pela propriedade neste período chegou a R$ 500 milhões. A mudança de paradigma na Fazenda São José, de monocultura para diversificação, resultou não apenas em ganhos operacionais substanciais, mas também em um aumento significativo no valor da propriedade.

Na última semana, o sul do Maranhão enfrentou chuvas intensas, obrigando os agricultores, especialmente aqueles com plantações de soja prontas para a colheita, a buscar janelas de tempo seco para iniciar o trabalho nos campos ou a postergar suas atividades. Contudo, na Fazenda São José, localizada entre os municípios de São Raimundo das Mangabeiras e Fortaleza dos Nogueiras, perto de Balsas, o planejamento de colheita não sofreu impactos. Algumas áreas da fazenda já apresentam soja madura, antecipando o início da colheita nos dias seguintes.

A fazenda, que ocupa uma extensão de aproximadamente 25 mil hectares, está sob a gestão da BrasilAgro desde 2017. A empresa comprou inicialmente 10 mil hectares por cerca de R$ 100 milhões e arrendou os 15 mil hectares restantes por um período de 15 anos, com a opção de renovação por mais 15 anos. Anteriormente, todo o terreno era cultivado com cana-de-açúcar pelo proprietário anterior, destinado à sua própria usina (Agro Serra) em São Raimundo das Mangabeiras.

Desde então, uma parcela significativa da área passou a ser utilizada para o cultivo de grãos, principalmente soja, trazendo resultados significativos em termos de diversificação, fazendo da São José uma das propriedades com o melhor desempenho operacional da BrasilAgro.

Durante uma visita à fazenda organizada para analistas e veículos de mídia na última sexta-feira, que ocorreu sob um céu sem chuvas, André Guillaumon, CEO da BrasilAgro, compartilhou dados importantes que evidenciam o êxito do projeto. Desde a aquisição dos 10 mil hectares iniciais, foram investidos R$ 180 milhões na propriedade, que gerou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 500 milhões, sendo atualmente avaliada em R$ 475 milhões. Esses números não incluem os 15 mil hectares que estão sob arrendamento.

Durante a visita realizada ao Maranhão, os especialistas da XP avaliaram que o valor de mercado da fazenda pode variar entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões atualmente. De acordo com um documento elaborado pela XP, espera-se que a propriedade contribua com cerca de 60% do Ebitda total da BrasilAgro no ano de 2024, o qual é projetado para alcançar R$ 153 milhões para toda a empresa.

Os especialistas da XP avaliaram que o valor de mercado da fazenda pode variar entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões atualmente

Fazenda São José, BrasilAgro

Até 31 de dezembro, o valor justo de investimento nas 12 propriedades da BrasilAgro, que incluem dez no Brasil, uma no Paraguai e uma na Bolívia, totalizando 213 mil hectares, foi estimado em R$ 3,6 bilhões. Além da compra e venda de fazendas, a empresa também se concentra na produção de grãos, algodão e cana-de-açúcar.

É crucial para a empresa não apenas escolher o momento certo para realizar operações imobiliárias, mas também assegurar que a produção agrícola desses ativos seja eficiente e lucrativa, visando maximizar os resultados operacionais e manter a valorização dos ativos, como demonstrado pelo sucesso da São José.

Com os investimentos realizados, a propriedade no Maranhão agora dispõe de irrigação de salvamento para as plantações de cana e, na área comprada, houve uma transição para o cultivo de grãos, sobretudo soja, que atualmente ocupa 6 mil hectares. Nos terrenos arrendados, a soja é plantada em aproximadamente 2 mil hectares. Apesar da redução da área dedicada à cana, a produção para a usina Agro Serra aumentou de menos de 1 milhão para 1,5 milhão de toneladas por safra.

“Esse aumento foi viabilizado pelos investimentos em irrigação e outras tecnologias avançadas”, explicou Guillaumon.

A eficiência e a redução de custos na Fazenda São José são ampliadas pela cogeração de energia da Agro Serra, que também fornece água para irrigação. O uso de tecnologias avançadas, como agricultura de precisão, biotecnologia, drones, monitoramento e softwares de gestão, contribui para o aumento constante da produtividade de soja e milho em uma região do sul do Maranhão de altitude elevada, oferecendo condições naturais favoráveis para o cultivo desses grãos.

Os excelentes resultados alcançados com essa abordagem tornam a São José um ativo precioso para a BrasilAgro, e potenciais compradores interessados em adquirir a propriedade ou parte dela enfrentarão desafios nas negociações.

Empresa cria estratégia a longo prazo na Bolsa

Apesar de termos acompanhado a tese de investimento por algum tempo, a visita foi essencial para uma compreensão mais aprofundada do cerne do negócio imobiliário envolvido na Fazenda São José. Aqui estão alguns pontos-chave sobre a evolução desde a aquisição:

  • Aquisição em 2017 pela Companhia por um valor total de R$ 100 milhões, abrangendo uma área de 10 mil hectares e um arrendamento de 30 anos de uma área adicional de 15 mil hectares, originalmente voltada principalmente para a produção de cana-de-açúcar.
  • A partir desse ponto, a BrasilAgro fez investimentos de R$ 170 milhões, resultando em um aumento significativo na produtividade da fazenda, passando de 57 TCH para 92 TCH. A Companhia também expandiu a produção de grãos na fazenda, capitalizando sua vasta experiência em agricultura.
  • Como consequência desses esforços, a Companhia gerou aproximadamente R$ 500 milhões em EBITDA desde a aquisição, provenientes das operações agrícolas. As projeções indicam que a fazenda possui atualmente um valor justo situado entre R$ 500 e R$ 700 milhões.
  • Além disso, estima-se que a fazenda contribuirá com cerca de 60% do EBITDA da AGRO até 2024 (FY Jun/24), com uma projeção de EBITDA total de R$ 153 milhões para este período.

Esta transformação substancial desde a aquisição destaca não apenas o potencial de valorização da propriedade, mas também a capacidade da Companhia em otimizar seus ativos e diversificar suas fontes de receita de forma eficaz.

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