O senador afirmou que viajará a São Paulo para “dar o quadro” das negociações da PEC a Lula, que se recupera de um procedimento nas cordas vocais.
Escalado para ajudar na negociação da PEC da Transição, o senador Jaques Wagner (PT-BA) disse que a indicação de um ministro da Fazenda para o futuro governo Lula facilitaria as conversas em curso no Congresso.
Questionado pelos jornalistas se faltaria um negociador empoderado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para fechar o texto da Proposta de Emenda à Constituição, o ex-governador da Bahia respondeu: “Eu acho que falta mais, por enquanto, um ministro da Fazenda”.
“Eu acho que facilita (uma indicação). Mas, repara, não depende de mim. Estou dando uma opinião, quem vai decidir é o presidente da República”, continuou Wagner.
O senador afirmou que viajará a São Paulo para “dar o quadro” das negociações da PEC a Lula, que se recupera de um procedimento nas cordas vocais. Segundo Wagner, Lula está falando baixo ao telefone e que vai ser melhor a conversa presencial na sexta-feira.
Sobre o futuro ministro da Fazenda, Wagner afirmou que “o problema é que não tem nome na mesa. Tem na cabeça do presidente”.
Apesar da pressão de investidores para nomear sua equipe econômica, Lula só deve começar o anúncio de seu gabinete ministerial por volta de 10 de dezembro. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é visto como o favorito do presidente eleito, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters, que frisaram na semana passada que a decisão de um nome para o posto ainda não foi tomada.
As declarações de Wagner ecoam as tensões nas negociações da PEC, desenhada para permitir despesas acima do tetos de gastos para custear a manutenção do valor de 600 reais do programa Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família.
Em entrevista à Reuters na quarta-feira, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento do próximo ano, apontou uma falta de articulação na negociação da proposta por parte do governo eleito há quase um mês.
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“Eu tenho ouvido essa queixa. ‘Quem fala em nome do governo (eleito)? Quem é o interlocutor? Quem está empoderado para conversar com o Congresso?’ Os parlamentares querem conversar com o governo, é legítimo”, disse Castro.
Wagner, por sua vez, também se queixou, após defender a indicação para a Fazenda: “Eu não acredito em mágico. Ninguém sozinho vai fazer nada. Eu estou ajudando porque essa é a minha experiência, de articulador político, mas não sou eu que estou fazendo sozinho, tem muita gente envolvida. É que querem botar nas minhas costas tudo”.
Também integrante da transição, o ex-ministro Nelson Barbosa reforçou que o tempo para a definição do futuro ministro da Fazenda é de Lula.
“O presidente Lula vai decidir isso quando ele achar necessário”, disse Barbosa, após encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao ser perguntado se será o ministro da Fazenda do novo governo.
Fonte: Reuters
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