A subjetividade na classificação de grãos e o manejo de pragas, doenças e ervas daninhas estão entre os problemas considerados mais urgentes pelos agricultores de Mato Grosso.
Juntos, geram perdas de R$ 5,3 bilhões ao produtor por safra. Atualmente, o produtor rural deixa de receber pelo menos R$ 3,1 bilhões por safra devido à subjetividade no processo de classificação de grãos.
E os gastos extras com manejo de pragas, doenças e ervas daninhas podem alcançar R$ 2,2 bilhões por safra. Os dados fazem parte de um estudo divulgado no evento Summit AgriHub, realizado dias 18 e 19 de abril, pelo Sistema Famato, em Cuiabá.
A publicação é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/ MT) e Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O diagnóstico “Onde estão as grandes oportunidades do Agro? Uma visão de dentro da porteira” traz os principais problemas levantados com os produtores rurais de Mato Grosso e que são considerados oportunidades para empresas AgTechs buscarem as soluções.
A pesquisa foi feita com os 53 produtores rurais da Rede de Fazendas Alfa (RFA) do projeto AgriHub dos municípios de Sorriso, Campo Novo do Parecis, Campo Verde e Água Boa. Paralelo a esse levantamento foi feita validação com 677 pessoas que participaram dos 18 eventos da Caravana da Soja Brasil.
Na ocasião foram discutidos com os produtores rurais os problemas Top of Mind, ou seja, aqueles considerados os mais desafiadores. Na pesquisa, 94% dos produtores disseram que acreditam que as máquinas podem classificar os grãos. Sobre os custos para combater pragas, doenças e ervas daninhas, 76% dos entrevistados acreditam que as máquinas podem monitorar as pragas e doenças.
Os demais problemas levantados, segundo o responsável pelo estudo e pelas parcerias AgriHub, Fábio Silva, foram:
- falta de automatização da coleta de informação;
- falta de segurança nas fazendas;
- baixa eficácia na previsão do tempo na fazenda e a falta de conectividade nas fazendas.
Para a falta de compartilhamento das informações, os motivos relatados pelos produtores são insegurança (38%), hábito (35%), não veem vantagens em compartilhar (11%); temem as propagandas indesejadas (8%) e acreditam que seus dados podem ser vendidos (8%).
A precariedade no serviço de internet foi outra queixa constante. A maioria dos entrevistados, 41%, possui internet a rádio em suas propriedades. Apenas 21% têm internet móvel, 19% internet banda larga, 8% internet via satélite e 12% não possuem nenhum tipo de internet na fazenda. Nos talhões da fazenda, 86% dos produtores responderam que existe internet e 14% não possuem.
“Nossa percepção é de que esse problema de conectividade está na pauta de várias instituições. Os fatores limitantes que observamos para a implantação da internet nas fazendas são, principalmente, disponibilidade e preço”, informa Silva.
Sobre os sensores de monitoramento do tempo que estão à disposição no mercado, 47% dos produtores responderam que os preços inviabilizam o investimento. Em seguida vem os fatores disponibilidade (41%), não sei (6%), não vejo necessidade (4%) e vontade (3%). Mas 35% deles disseram que com melhor planejamento climático seria possível diminuir mais os riscos e, consequentemente, aumentar a produtividade.
Fonte: Só Notícias