Recomendação visa manter as aves dentro dos galpões, sem acesso a áreas externas, devido a maiores chances de contato desse tipo de criação com aves migratórias ou silvestres.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) reforça a importância das medidas de biosseguridade para avicultura comercial e para a restrição temporária de acesso ao ambiente externo para aves criadas livres, visando proteger a saúde e segurança do plantel avícola catarinense.
O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, alerta aos produtores para sigam as orientações da Secretaria de Estado da Agricultura, divulgado por meio de Nota Técnica, reiterando alerta máximo às medidas de biosseguridade para a avicultura comercial e à recomendação da restrição de acesso ao ambiente externo para aves criadas livres, bem como aves de subsistência, a fim de proteger a saúde e segurança dos plantéis avícolas catarinenses.
A medida foi tomada após a publicação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) da Portaria Mapa nº 587, de 22/05/2023, que declara estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional, por 180 dias, em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade (IAAP) em aves silvestres no Brasil.
A recomendação desta medida de biosseguridade visa manter as aves dentro dos galpões, sem acesso a áreas externas, devido a maiores chances de contato desse tipo de criação com aves migratórias ou silvestres e, portanto, maior risco de contaminação.
Os produtores devem reforçar as demais medidas de biosseguridade e proibir visitas de pessoas alheias ao sistema de produção.
Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).
A realização de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves continua suspensa em Santa Catarina e em todo território nacional por tempo indeterminado, conforme a Portaria Mapa nº 587, de 22/05/2023.
Cabe destacar que a notificação da infecção pelo vírus da IAAP em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade e não há proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros.
Por fim, a nota técnica informa que o consumo da carne de aves e ovos é totalmente seguro, conforme respaldado cientificamente pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e outros órgãos reconhecidos internacionalmente. Caso aviste alguma ave doente ou morta, não toque nos animais, não os leve para casa e avise imediatamente a Cidasc por meio do telefone: 0800 643 9300.
Pedrozo, que também é vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), orienta ainda para que os produtores rurais fiquem atentos às orientações da entidade, que emitiu comunicado traz os detalhes e o histórico sobre os casos e reforça a necessidade de manutenção de medidas de biosseguridade nas granjas.
O documento também esclarece que não há registro em granjas comerciais e/ou aves domésticas e que, desde julho de 2022, o Ministério da Agricultura analisou mais de 45 mil amostras no país.
Confira abaixo o documento na íntegra:
Brasil registra o primeiro caso de Influenza aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves silvestres
Foram confirmados no Brasil, no dia 15 de maio, os três primeiros casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) de subtipo H5N1 em aves silvestres, das espécies Thalasseus acuflavidus, cujo nome popular é Trinta-réis-de-bando e Sula leucogaster (atobá-pardo). Um caso foi localizado no município de Marataízes, o outro no bairro Jardim Camburi, em Vitória, e o terceiro caso em Cariacica, ambos no Espírito Santo.
As distâncias destes municípios até Santa Maria de Jetibá, maior produtor de ovos do estado, são de 85km (Vitória), 204km (Marataízes) e 65km (Cariacica). A zona de proteção equivale a um raio de 3km a partir do foco e o raio da zona de vigilância é de 7km a partir da zona de proteção, perfazendo um raio total de 10km, que pode ser ampliado ou reduzido conforme o estudo epidemiológico da região.
A maioria dos casos registrados na América do sul foram em aves silvestres migratórias. No caso do Trintaréis-de-bando, o período de reprodução do vai de maio a setembro, sendo que no Brasil, a ave constrói ninhos no litoral de Santa Catarina ao Espirito Santo.
Diante do exposto, fazemos os seguintes esclarecimentos:
1. O Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária notificou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) imediatamente após à comprovação do caso de infecção pelo vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
2. A notificação da infecção pelo vírus da IAAP em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre de IAAP e não deve ocasionar a suspensão das exportações de produtos avícolas brasileiros.
3. Estes foram os primeiros casos registrados de IAAP no país, sendo que não há registro em granjas comerciais e/ou aves domésticas. Desde julho de 2022, o Ministério da Agricultura e Pecuária analisou mais de 45 mil amostras no Brasil.
4. O Brasil tem um forte sistema de defesa sanitária, graças ao trabalho do governo, em conjunto com os produtores rurais e agências de defesas estaduais. Destacamos a agilidade na comunicação, coleta das amostras e envio para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA).
5. O país segue com o status sanitário livre de IAAP pela OMSA.
6. Por ser uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas, é fundamental a manutenção das medidas de biosseguridade nas granjas para evitar que a doença atinja a produção comercial. A CNA elaborou um material reforçando as principais ações de controle da doença.
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✓ Não deixe pessoas estranhas entrarem na unidade produtora.
✓ Lave e desinfete veículos e equipamentos antes de entrar na propriedade.
✓ Aplique práticas de higiene.
✓ Evite contato com outras espécies de aves.
✓ Blinde o ciclo da água.
✓ Atenção aos sinais que indicam doenças nas aves: presença de sinais de doenças nervosas e respiratórias ou casos de morte repentina de grande quantidade de aves em curto período de tempo.
7. Em caso de suspeita, avise imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial de sua cidade ou pela internet na plataforma e-Sisbravet.
Acesse também:
1. Ficha técnica da Influenza aviária: https://shre.ink/QuKA
2. Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de New Castle: https://shre.ink/QuKa
3. Mercado em foco: Gripe Aviária (edição de abril/23): https://shre.ink/QuKS
4. Live: Sistema CNA/Senar promove debate sobre influenza aviária: https://shre.ink/QuKS
Fonte: Assessoria Faesc
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