Fabricante dos tratores John Deere faz demissões com a queda da demanda

A latente queda de lucratividade dos produtores rurais tem pesado sobre as compras de máquinas agrícolas; número de demissões não foi revelado pela John Deere

A Deere (DE), fabricante dos tratores John Deere e maior vendedora de máquinas agrícolas do mundo, cortará um número não revelado de funcionários de sua produção global e de sua força de trabalho assalariada, de acordo com uma carta enviada aos funcionários na última semana, que foi vista pela Bloomberg. A empresa enfrenta o aumento dos custos operacionais e o declínio da demanda, de acordo com a carta assinada pelo CEO John May.

A John Deere estima uma queda entre 20% e 25% nas vendas para as suas áreas voltadas para a agricultura ao final do ano fiscal de 2024, enquanto prevê, para toda a indústria, uma redução de 10% a 20%, a depender da região. O recuo de até 20% está previsto justamente para a América do Sul (onde o Brasil está inserido), segundo maior mercado para a empresa.

“Infelizmente, isso significa nos separarmos de alguns de nossos colegas talentosos e dedicados”, dizia a carta. Quaisquer ajustes serão finalizados no final do terceiro trimestre, em julho, disse o comunicado. Um porta-voz da Deere não fez comentários adicionais.

A fabricante dos icônicos tratores verdes e amarelos da marca John Deere reduziu suas perspectivas financeiras anual no início de maio, uma vez que a queda na renda agrícola faz com que os agricultores tenham menos dinheiro para gastar em novas máquinas.

Situação da John Deere no Brasil

Em fevereiro deste ano a fábrica da John Deere em Horizontina, Rio Grande do Sul, dediciu pausar temporariamente a produção de máquinas agrícolas após episódios recentes de demissões em massa. Negociações avançam com o sindicato para implementação de lay off, buscando evitar demitir cerca de 300 trabalhadores.

Confirmadas as negociações com o sindicato, a John Deere não forneceu detalhes sobre a suspensão da produção, visando “ajustar a taxa diária de produção”. Previsão de retomada das operações em três a quatro meses, após demissões anteriores de mais de 450 funcionários devido a vendas abaixo do esperado.

No último mês a empresa reportou que três de suas unidades no Rio Grande do Sul foram diretamente afetadas pelas enchentes no estado. São elas: a fábrica de tratores agrícolas de Montenegro, a de pulverizadores em Canoas e a de equipamentos para construção de estradas de Porto Alegre, disse a empresa em nota.

A unidade de Nova Horizontina, que produz colheitadeiras e plantadeiras da John Deere, não foi diretamente atingida, acrescentou o comunicado.

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