Empresa espera aumentar em quatro vezes o faturamento com biológicos, o que inclui a produção de vespas parasitas; insetos ajudam a controlar o percevejo-marrom.
Eles podem causar pavor em alguns, mas a verdade é que os insetos também podem oferecer grande ajuda ao produtor rural. É o caso das vespas brasileiras, que têm potencial para diminuir a presença de um outro inseto considerado uma das principais pragas da soja, o percevejo-marrom.
Na terceira reportagem sobre o controle desses sugadores, o Agro Estadão entrou em uma verdadeira fábrica de insetos. O pesquisador e sócio da Vivus, Heraldo Negri, explicou como funcionam as etapas de produção dos ovos parasitados que, depois, se transformam em vespas.
Ao todo 35 pessoas trabalham na fábrica que produz, por mês, aproximadamente 300 litros de ovos de percevejo. Esses ovos serão parasitados pelas vespas e espalhados pelas propriedades rurais. Segundo a empresa, a quantidade é suficiente para cobrir uma área de 50 mil hectares.
Especialistas dizem que a tecnologia para produção em larga escala é algo revolucionário. Isso porque é a primeira vez que se consegue criar e produzir essa quantidade de ovos parasitados. “Muitos tentaram, mas não conseguiram fazer a quantidade que fazemos hoje”, afirma Negri.
Mercado de biológicos é aposta da Nitro para quadruplicar faturamento até 2028
Desde 2019 no ramo do agronegócio, a Nitro tem como um dos seus pilares no agro o desenvolvimento de tecnologias de insumos biológicos. No ano passado, ao fazer uma joint venture com a Vivus, a empresa montou uma dinâmica para impulsionar as vendas da vespa parasita. A expectativa é de que até o final deste ano sejam produzidos ovos suficientes para cobrir uma área de 480 mil hectares.
Além disso, como revela o diretor de Marketing Agro da Nitro, Jonas Cuzzi, a estimativa da empresa é de que as linhas de biológicos que hoje rendem cerca de R$ 200 milhões possam quadruplicar até 2028. “O segmento de biológicos é a nova tendência da agricultura. E a Nitro quer estar sempre em uma posição de vanguarda. A gente entendeu que esse segmento casa o aspecto de ter um futuro promissor e tem possibilidade de diferenciação”, comenta Cuzzi ao Agro Estadão.
Além das vespas parasitóides, a Nitro também tem outros produtos à base de biológicos. A intenção é ampliar o portfólio e isso pode começar já no próximo ano. “Vamos lançar no ano que vem dois produtos também biológicos, avançando no uso de bactérias. Serão um biofungicida e um produto para controle de nematoides”, anuncia o diretor.
Quanto às observações sobre o mercado de biológicos, Cuzzi é firme em dizer que o “crescimento é exponencial”. “Eu vejo que esse mercado, incluindo os bioestimulantes, em 2028, estará acima de R$ 22 bilhões só no Brasil”, analisa.
Também visualizando essa tendência da agricultura, a unidade Soja da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem desenvolvendo algumas pesquisas nessa direção. O pesquisador da entidade, Adeney de Freitas Bueno, elencou o que vem sendo estudado.
“Na parte de controle de pragas, o controle biológico tem crescido e uma das ondas que tem sido pesquisado são organismos editados geneticamente. Há outras tecnologias também sendo estudadas como uso de extrato de plantas com a chamada química verde”, concluiu.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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