Extremos marcam o clima no Brasil até o fim de semana

Onda de calor atinge dez estados e o DF; no RS, lavouras de tabaco foram destruídas pelo granizo e alerta é para tempestade.

A maior parte do Brasil está em alerta devido às condições climáticas, mas por diferentes motivos. No Rio Grande do Sul, onde fortes temporais ocorrem há cerca de quatro dias, o alerta de tempestade preocupa. Enquanto isso, dez estados e o Distrito Federal passam por mais uma onda de calor extremo. 

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de “grande perigo” para onda de calor que vale até às 23h59min desta quinta, 26. As temperaturas estão 5ºC acima da média nos seguintes locais: 

  • Distrito Federal 
  • Rondônia
  • Mato Grosso
  • Mato Grosso do Sul
  • Goiás
  • Minas Gerais
  • Rio de Janeiro
  • São Paulo
  • Paraná
  • Santa Catarina
  • Região Norte do Rio Grande do Sul
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Alerta de baixa umidade

O Inmet emitiu outro alerta para baixa umidade relativa do ar, inclusive com risco de incêndios florestais. A condição vale para os estados do Nordeste, porém em áreas afastadas do oceano; a região Centro-Oeste; boa parte dos estados de São Paulo e Minas Gerais e parte do Paraná.

Segundo o Inmet, a previsão é de umidade relativa do ar variando entre 12% e 20% – bem abaixo do que é considerado limite pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 60%.

Alertas do Inmet: baixa umidade (amarelo), onda de calor (vermelho), tempestade (laranja) e acumulado de chuva (laranja escuro). Fonte: Inmet

Rio Grande do Sul tem grande acumulado de chuva e tempestade

As tempestades que atingiram o Paraná todo o Rio Grande do Sul continuam no estado gaúcho. Com exceção do norte, todo o RS está em alerta de “perigo” para tempestade. O aviso do Inmet cita chuva que pode alcançar entre 30 mm e 60 mm por hora ou 50 mm e 100 mm por dia. O alerta inclui ventos intensos entre 60 e 100 km/h, e queda de granizo. 

“Há risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e de alagamentos”, diz o alerta. 

Para as regiões centro, sudeste, sudoeste e metropolitana de Porto Alegre, ainda há o alerta para acumulados de chuva superiores a 60 mm por hora ou acima de 100 mm por dia. A condição é de grande risco para alagamentos,  transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas.

De acordo com a MetSul Meteorologia, os volumes de chuva na Metade Sul do Rio Grande do Sul já estão entre 100 mm e 200 mm. Em alguns pontos, choveu em três dias o previsto para dois meses, totalizando 300 mm. 

Em comunicado, a MetSul “adverte que os volumes devem aumentar ainda mais com o agravamento das inundações”. O município de Camaquã foi um dos mais afetados até agora e somava 200 mm de chuva até o fim da tarde desta quarta, 25, segundo a empresa de Meteorologia.

Granizo caiu em Dom Pedrito (RS). Foto: Diones Furlan/Arquivo Pessoal

Prejuízos com os temporais

Em Camaquã, no sul do RS, telhados foram arrancados com a força dos ventos (vídeo abaixo). Em Caçapava do Sul, na região da campanha, propriedades rurais que ficam em encostas de rios perderam animais.

O produtor rural Matheus Kruel conta ao Agro Estadão que na chuva desta semana, 14 animais foram levados pelas águas. Nas enchentes de maio, 28 já haviam sido perdidos. “A fazenda fica na encosta do rio e tem umas ilhas que antes não inundavam. Mas de um ano para cá, tudo está inundando”, conta. 

A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) aponta que entre os dias 18 e 25 de setembro, recebeu 901 avisos de queda de granizo em lavouras de tabaco no RS. Desde julho, são 1.395 registros, a maior parte na região de Camaquã. O levantamento dos estragos ainda não foi finalizado porque, com os temporais, as equipes não conseguem ir a campo.

Um dos fumicultores afetados é Marcelo Nickel, de Camaquã. Ao Agro Estadão, ele conta que os 13 hectares de tabaco foram destruídos em um temporal de granizo que durou apenas dois minutos.  “Foi só o tempo de correr para casa, porque começou a ventania e as pedras”, lembra.

Segundo Nickel, a lavoura estava coberta pelo seguro, mas o galpão que abriga o maquinário, não. “A gente tem que se virar, enfrentar”, comenta.

Lavoura de fumo em Camaquã. Foto: Marcelo Nickel/Arquivo Pessoal

Fonte: Agro Estadão

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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