Exportações do agro é recorde, mas importação de insumo dispara

A liderança nas exportações fica com a soja que, apesar da redução no volume colocado no mercado externo, já arrecadou US$ 45,6 bilhões.

Demanda e preços externos aquecidos vão dar à balança comercial do agronegócio um patamar de receitas não imaginado há um ano.

Pelo menos quatro produtos já atingiram a marca de US$ 10 bilhões de receitas acumuladas de janeiro a novembro com as exportações. Outros dois se aproximam.

As exportações do setor, que atingiram US$ 121 bilhões de janeiro a dezembro do ano passado, deverão superar os US$ 145 bilhões neste ano. As importações de insumos para o setor, no entanto, crescem a um ritmo ainda maior.

A liderança nas exportações fica com a soja que, apesar da redução no volume colocado no mercado externo, já arrecadou US$ 45,6 bilhões apenas com as vendas externas de grãos até novembro. A demanda por farelo e por óleo também esteve aquecida neste ano.

As carnes já atingem US$ 22,1 bilhões, com aumento de 32% em relação a igual período do ano passado. A venda externa de carne bovina rende US$ 10 bilhões no ano, e a de frango se aproxima desse valor. Neste setor, o Brasil também foi favorecido pela aceleração dos preços internacionais.

Após um ano ruim para as exportações em 2021, o milho está sendo um dos destaques neste. O volume colocado no mercado externo já soma 38 milhões de toneladas, com aumento de 121%.

Em 2021, devido à seca que afetou a safrinha, as exportações ficaram em apenas 20 milhões de toneladas. Neste ano, as receitas com o cereal até novembro superam US$ 10 bilhões e mostram evolução de 209% acima das de igual período de 2021.

Açúcar e café também engrossam a lista de bons desempenhos. Frutas, no entanto, perdem espaço. Nos onze primeiros meses deste ano, as receitas recuaram para US$ 810 milhões, 19% abaixo das de igual período do ano passado, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Os gastos com as importações de insumos crescem muito, principalmente devido à alta dos preços externos. A compra de fertilizantes caiu 7% neste ano, mas os custos subiram 76%. O país importou 36 milhões de toneladas de adubo e gastou US$ 23,6 bilhões.

Os gastos com produtos agroquímicos (inseticidas, herbicidas, fungicidas e acaricidas) aumentaram 63% em volume e 81% em gastos. Entraram no país 590 mil toneladas desses produtos, com gastos de US$ 5,8 bilhões.

Fonte: Folha de S.Paulo

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