Exportações de gado vivo são autorizadas na Argentina após 5 décadas de proibição

A decisão foi oficializada pelo presidente Javier Milei por meio de uma ordem executiva, alinhada com sua política de desregulamentação da economia. Após 5 décadas de proibição a exportações de gado vivo é autorizada na Argentina.

A Argentina, um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, revogou uma política de 1973 que impedia a exportação de gado vivo, permitindo que o país envie seus animais para abate no exterior. A decisão foi oficializada pelo presidente Javier Milei por meio de uma ordem executiva, alinhada com sua política de desregulamentação da economia.

Impactos no setor pecuário e nos frigoríficos

A liberação da exportação de gado vivo pode impactar diretamente os frigoríficos argentinos, como os grupos Coto e Beltran, que competem com empresas brasileiras como Marfrig e Minerva. Com um rebanho de aproximadamente 53 milhões de cabeças de gado, a Argentina se consolidou como o quinto maior exportador de carne bovina do mundo, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

A decisão também reforça a estratégia do governo Milei de fomentar mercados livres e reduzir o protecionismo, em um momento em que busca atrair investidores estrangeiros e estimular a economia.

A reversão da proibição foi apresentada pela Secretaria de Agricultura da Argentina como um passo para aumentar a concorrência na cadeia produtiva de carne e gado. Esse movimento ocorre logo após o governo Milei ter reduzido impostos temporariamente sobre a exportação de grãos, buscando impulsionar as vendas externas e fortalecer a entrada de moeda estrangeira.

No ano passado, a Argentina exportou aproximadamente 935 mil toneladas de carne bovina, sendo 70% destinadas ao mercado chinês, evidenciando a relevância do setor agropecuário para a economia do país.

Possíveis reflexos internacionais

Com a abertura para exportação de gado vivo, especialistas especulam que a Argentina poderá explorar novos mercados, especialmente no Oriente Médio e Norte da África, regiões onde a demanda por gado vivo é elevada devido às tradições de abate halal. A medida também levanta questionamentos sobre possíveis reações de frigoríficos e do setor pecuário interno, que podem ver suas margens de lucro reduzidas com o redirecionamento do gado para o mercado externo.

A desregulamentação imposta por Milei segue um padrão de medidas liberalizantes, que buscam reduzir o papel do Estado na economia e impulsionar o setor privado. Ainda assim, o impacto real dessa decisão sobre o mercado de carne bovina e o setor agropecuário argentino será observado nos próximos meses, conforme as exportações começarem a ser efetivadas.

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