Exportações de carne e animais continuam crescendo, China deve ampliar compras

No mês passado, vendas da Marfrig para os asiáticos estavam retraídas devido à valorização do real

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A segunda quinzena de julho deve ser crucial para reforçar a comercialização de carne bovina do Brasil com a China. Segundo o diretor-presidente (CEO) global da Marfrig Global Foods, Martin Secco, é neste período em que tradicionalmente o país asiático eleva suas compras do produto. “Sempre na segunda quinzena de julho, é um momento em que fazem muitas compras, agora, vamos ver se eles vão conseguir atender aos preços que estamos procurando para voltar a comercializar com eles”, disse o CEO.

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No mês passado, Secco havia dito que, assim como a JBS, as vendas de carne bovina da Marfrig para a China também estavam retraídas, por causa da recente valorização do real, que reduziu o faturamento das vendas na conversão para a moeda brasileira, e fez com que a empresa tentasse elevar os preços, algo não aceito pelos compradores chineses. Segundo Secco, isso fez com que a empresa tentasse contornar a situação direcionando a produção para mercados mais remuneradores, como o doméstico, o Chile e o Egito.

Ele, no entanto, fez questão de reforçar que o mercado da China está absolutamente normal do ponto de vista da abertura e ponderou: “É um período normal de menos compras por parte deles e nós estamos tendo melhores opções de compra em outros mercados de exportação. Como o dólar enfraqueceu, o mercado interno é melhor para alguns produtos que antes iam mais para a China”. O CEO afirmou ainda que há indicações de melhora no consumo doméstico em algumas áreas, mas não especificou quais.

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Sobre o mercado físico, ele disse que não há redução na produção do frigorífico, em decorrência dessa queda das vendas para a China ou por causa da retração do consumo doméstico. “Fechamos junho com um volume muito bom de abate e a perspectiva para julho também é boa. Às vezes cai um dia ou outro por problemas pontuais. Mas o mês foi muito bom para a Marfrig”, disse.

Secco comentou ainda sobre o programa de redução da dívida da empresa e comemorou as últimas investidas com a reabertura da emissão de bônus com vencimento em 2023 para captar mais US$ 250 milhões desses papéis. A operação original foi feita em 8 de junho, quando a empresa captou US$ 750 milhões desses bônus, oferecendo ao investidor retorno de 7,625%. Essa nova emissão teve demanda de aproximadamente US$ 900 milhões, principalmente por investidores dos Estados Unidos, Europa e Ásia, informou a empresa. Os recursos serão utilizados para recompra dos títulos em aberto, com foco nas notas seniores de 2016 e 2017, diz o comunicado.

Essa emissão adicional segue em linha com o processo de Liability Management, cujo objetivo é alongar o perfil e reduzir o custo da estrutura de capital da companhia. “Ações que fazem melhorar o custo e a exposição da dívida serão sempre analisadas por nós enquanto o mercado der condições, vamos fazer esse tipo de operação”, disse o executivo.

Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

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