Nesse somatório, com 1,29 milhão de toneladas, o Brasil obteve o melhor resultado de primeiro semestre já observado no histórico das exportações de carne bovina. China segue como principal mercado da carne brasileira
Em junho de 2024, as exportações de carne bovina do Brasil foram de 220.184 toneladas, movimentando US$ 953,09 milhões, um resultado ligeiramente menor que nos dois meses anteriores, quando foi registrado recorde nos embarques – no mês passado, o preço médio da carne bovina in natura brasileira ficou em US$ 4,47 mil/tonelada, 11,6% do valor registrado em igual mês de 2023, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e que foram compilados e analisados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Neste início de julho/24, os preços do boi gordo em dólar registraram oscilações (para baixo e para cima) nos países do Mercosul, informa a Agrifatto. No Brasil, a valorização do dólar frente ao real nos últimos dias fez a cotação do animal terminado recuar 2,33% na comparação semanal, para US$ 39,85/@ (valor em 2 de julho/24) – níveis vistos pela última vez em junho de 2020, de acordo com dados da Agrifatto.
Entretanto, apesar do recuo frente ao mês recorde de maio, o Brasil obteve o melhor resultado de primeiro semestre já observado no histórico das exportações de carne bovina. De acordo com o relatório, no acumulado do primeiro semestre de 2024, as exportações de carne bovina somaram 1,29 milhão de toneladas, um aumento de 27,3% comparado ao mesmo período de 2023 (1,019 milhão de toneladas), o que resultou em um faturamento de US$ 5,69 bilhões – aumento de 17%, frente ao primeiro semestre de 2023 –, valor superado apenas no ano de 2022, quando os resultados do primeiro semestre somaram mais de US$ 6,19 bilhões, em um cenário de pandemia.
Os países asiáticos representaram 52% do mercado brasileiro da carne bovina, neste primeiro semestre. Na sequência, os maiores mercados, por região, foram o Oriente Médio e o Norte da África, que representaram 20,8% do total. Nessa região, se deram os maiores aumentos de embarques de carne do Brasil, primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. Houve crescimento de 91% no total embarcado, somando 120 mil toneladas a mais exportadas este ano.
América do Norte e Latina foram o destino de 15,7% das exportações, seguidas por Europa e Ásia Central, que assimilaram 10,2% de toda carne bovina comercializada pelo Brasil. Para estas regiões, as exportações cresceram, em volume, 25% e 43%, respectivamente. Já para a África Subsaariana, o crescimento foi de 25,6%, com 4 mil toneladas a mais, nos primeiros seis meses do ano.
Resultados das exportações brasileiras de carne bovina nos primeiros semestres dos últimos anos:
Ano | US$ – mil | Toneladas |
2020 | 3.918.591 | 907.943 |
2021 | 4.084.122 | 875.169 |
2022 | 6.193.415 | 1.059.111 |
2023 | 4.865.315 | 1.019.345 |
2024 | 5.691.934 | 1.297.973 |
Resultados por país
Os países que mais importaram carne bovina do Brasil, em 2024, foram: China – que importou 565.654 toneladas e US$ 2,5 bilhões, com crescimento de 10,2% no volume. Na sequência, vieram Emirados Árabes Unidos, que importaram quase 95 mil toneladas (aumento de 238% comparado ao primeiro semestre de 2023) e US$ 435 milhões; Estados Unidos, com importações de 85.395 toneladas (alta de 19,7%) e faturamento de US$ 515 milhões.
Na quarta posição está Hong Kong, destino de 61 mil toneladas de carne brasileira (alta de 10,6%) e faturamento de US$ 196 milhões, seguido por Chile (compras de 48.726 toneladas – aumento de 9,4%) e US$ 229 milhões.
A carne bovina in natura representou, neste mesmo período, 87,7% do volume embarcado pelo Brasil (total de 1,13 milhão de toneladas). A maior parte da carne bovina in natura exportada pelo Brasil é sem osso, representando 88% do total. Já a carne com osso ainda possui acesso limitado em alguns países, por conta da necessidade de alteração de acordos sanitários. O maior mercado neste ano para carne com osso foi a Malásia, que comprou 2.168 toneladas, seguido por Paraguai, com 1.542 toneladas, Marrocos (905 toneladas), Angola (619 toneladas) e Singapura (467 toneladas).
De acordo com o presidente da Abiec, Antonio Jorge Camardelli, o Brasil segue firme na liderança mundial de exportações de carne bovina e o setor trabalha intensivamente, junto com a ApexBrasil, na abertura de novos e consolidação dos mercados já existentes.
“Atualmente, a carne brasileira já está presente em 158 mercado, mas ainda temos margem para penetrar em países como Japão, Coreia do Sul, Vietnam e Turquia, que representam cerca de 25% da demanda mundial por carne bovina”, pondera Camardelli, que destacou os diversos eventos e outras agendas internacionais para a divulgação do produto, através do projeto Brazilian Beef.
Para o segundo semestre, o cronograma do Brazilian Beef inclui ações, como participação em missões, feiras de promoção, congressos e eventos da agenda climática e ambiental e eventos específicos para promoção da carne bovina brasileira.
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