Retomada efetiva da China aumenta em 31% o volume exportado; De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram exportadas 140,5 mil toneladas da proteína in natura no mês passado.
As exportações de carne bovina do Brasil avançaram 31% em janeiro no comparativo anual, com o país efetivamente conseguindo elevar os embarques para seu principal comprador, a China, após um embargo de mais de 90 dias encerrado em dezembro, conforme dados do governo federal divulgados nesta terça-feira (01/02).
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram exportadas 140,5 mil toneladas da proteína in natura no mês passado. O cenário é positivo e traz animo para as indústrias que possuem habilitação para exportação. A retomada da China as compras, após o feriado do Ano Novo Lunar, vai trazer grande impacto no mercado do boi gordo!
Em dezembro, período de demanda sazonalmente mais aquecida para o setor de carnes, o volume de exportação da proteína bovina do Brasil atingiu 150,9 mil toneladas. Deste total, somente 6,79 mil toneladas foram para o mercado chinês, contra 88,635 mil um ano antes, segundo o Ministério da Agricultura.
A suspensão temporária de importações da China foi motivada por dois casos atípicos da doença “Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “vaca louca”. O retorno ocorreu meses após a confirmação científica da OIE de que os casos não traziam danos ao rebanho, por serem de geração expontânea e não contaminação.
“A China ficou sem importar do Brasil desde o dia 4 de setembro. Em dezembro, disse que ia voltar a importar e não comprou quase nada, então, o responsável por esse movimento de janeiro foi a efetiva retomada da China”, disse o diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres.
Além de um “repique” de compras, ele afirmou que os chineses também aceleraram parte dos negócios para compor estoques em função do feriado do Ano Novo Lunar, período em que os importadores ficam fora do mercado.
“Se espera que os chineses voltem às compras somente depois do dia 8 de fevereiro, com possibilidade de negócios ainda lentos depois disso devido a alguns que retornam mais tarde”, acrescentou o especialista.
Torres ressaltou, no entanto, que mesmo com esse intervalo nas importações chinesas previsto para os próximos dias, os preços do chamado “boi China”, com padrões de embarque para aquele mercado, seguem firmes e de 10 a 15 reais acima do valor convencional da arroba.
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“O embargo à carne brasileira trouxe provavelmente uma queda nos estoques chineses, e com a chegada do ano novo lunar, eles precisaram recomprar os estoques. Neste momento, a China volta a um patamar significativo nas importações”, destaca João Pedro Thieme, analista da Ag Resource Brasil.
Ainda na avaliação do especialista, o volume de carne bovina embarcada tem espaço para crescer ainda mais e chegar próximo dos patamares observados no ano passado, quando o país embarcou até 187 mil toneladas ao país asiático.
Ainda de acordo com a Secex, as exportações brasileiras de soja dispararam de 49,5 mil toneladas em janeiro de 2021 para 2,47 milhões no mês passado, devido à maior disponibilidade de grãos para embarque da safra 2021/22 e maiores estoques de passagem.