Entretanto, as exportações podem ser prejudicadas pela valorização do real frente ao dólar, o que reduz a competitividade da carne bovina brasileira
O ano de 2022 começou com alta nas exportações de carne bovina, confirmando as perspectivas dos agentes do setor pecuário brasileiro. Sendo assim, os preços devem se sustentar no mercado interno.
O Brasil exportou, no mês de janeiro, mais de 140 mil toneladas de carne bovina, o que configura um recorde para o mês. O preço médio do boi gordo, no mercado brasileiro (Índice CEPEA/B3, São Paulo), atingiu R$ 338,46 por arroba (15 quilos), um recorde, em termos reais – considerando toda a série de médias mensais deflacionadas (IGP- DI).
Desde o último mês de dezembro que as exportações brasileiras de carne bovina voltaram a crescer, totalizando 127 mil toneladas; antes disso, os embarques haviam diminuído acentuadamente em outubro e novembro, sendo inferiores a 100 mil toneladas. Assim, de dezembro/21 a janeiro/22, as exportações cresceram 10,7%, e nos últimos 12 meses, 31%.
Este fato se deve em decorrência da retomada das vendas para a China, principal destino da carne bovina brasileira. Em janeiro, os embarques para este país asiático podem ter sido impulsionados pelo Ano Novo Chinês, comemorado no início de fevereiro. Quanto à receita dos embarques de janeiro, totalizou US$ 727,74 (R$ 4 bilhões), 18,8% superior (+16% em Reais) em relação a dez/21 e impressionantes 50,3% (+55% em Reais) que em janeiro/21, segundo a Secex.
Também em janeiro, o preço pago pela carne bovina brasileira aumentou, com média de US$ 5.178,00/ton, a maior média mensal desde 21/10, 7,34% superior a dez/21 e 14,81% superior a janeiro/21. Em reais, o preço médio da tonelada foi de R$ 28.612,86, aproximando-se do recorde de setembro/21, de R$ 30.649,48/ton.
Entretanto, as exportações podem ser prejudicadas pela valorização do real frente ao dólar, o que reduz a competitividade da carne bovina brasileira no mercado internacional.
SUÍNOS | Depois de algumas semanas de queda considerável, os preços da suinocultura brasileira reagiram na primeira quinzena de fevereiro, principalmente para o suíno vivo. As altas recentes de preços, observadas na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea, refletiram o pagamento dos salários dos trabalhadores no início do mês, o que elevou ligeiramente a demanda dos abatedouros por animais.
Mesmo assim, a média mensal de fevereiro (1º a 15) é bem inferior às médias de 22/jan/21/fev. A desvalorização mensal da carne suína tem sido mais acentuada do que a da carne bovina e de frango.
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AVES | Já com relação às vendas brasileiras de carne de frango, tanto para o mercado interno quanto para o mercado internacional, aumentaram na primeira quinzena de fevereiro, elevando os preços no setor avícola – principalmente para os produtos (e nas regiões) com estoques baixos.
A alta competitividade da carne de frango, no mercado brasileiro, em relação à bovina – somada ao aumento da demanda – típico neste período do mês por conta do pagamento dos salários dos trabalhadores, impulsionou a liquidez.
O preço do frango inteiro congelado, no mercado atacadista da Grande São Paulo, subiu 2,9% entre 31 e 15 de janeiro, para R$ 5,88/kg em 15 de fevereiro. Para o frango inteiro refrigerado (vendido na mesma região), os valores aumentaram 4,3%, para R$ 5,88/kg.