A abertura do mês de junho traz com ela uma expectativa de virada no mercado do boi gordo, é preciso agora estar atendo a demanda externa e a entressafra que está chegando!
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nesta quarta-feira, 01, a depender da praça pecuária pelo país. Os principais fatores a serem observados neste momento são embargos chineses que ainda devem perdurar no mercado nesta primeira quinzena e, também, a oferta de animais para abate que já da sinais de queda no volume.
Ainda se aproveitando do atual momento, os frigoríficos seguem exercendo pressão, testando patamares mais baixos na compra de gado junto aos pecuaristas, mas sem grandes negociações sendo efetuadas no dia de ontem. As escalas de abate no geral seguem atendendo à próxima semana, mas com menor velocidade no avanço além desta data.
“Nesse ambiente, a tendência é que o movimento de queda persista mesmo durante a primeira quinzena do mês, período que tradicionalmente conta com maior apelo ao consumo de carne bovina. O comportamento da China no mercado é outro elemento que precisa ser considerado na composição das estratégias dos frigoríficos exportadores na compra de gado”, disse Iglesias da Agência Safras.
Os frigoríficos paulistas seguem comprando paulatinamente, pressionando as cotações do boi gordo. Como resultado, no comparativo diário houve queda de R$3,00/@ do boi gordo, mas sem grandes negociações sendo concretizadas neste momento. Em São Paulo, o boi gordo está sendo negociado por R$299,00/@, a vaca gorda por R$272,00/@ e a novilha gorda por R$292,00/@, preços brutos e a prazo, apontou a Scot Consultoria.
Já o app da Agrobrazil, abriu o mês mostrando um verdadeiro “mix de preços” na praça paulista, com valores para arroba indo de R$ 295,00/@ até o patamar de R$ 308,00/@, segundo as negociações informadas dentro da plataforma. Confira a imagem abaixo!
Já o Indicador do Boi Gordo Cepea, o mercado trouxe um novo recuo nas cotações com uma desvalorização de 2,12% na comparação diária. Com isso, os valores ficaram apregoados a R$ 314,60/@ na média paulista e US$ 65,56/@ foi o valor em dólar para arroba do boi brasileiro.
A referência para o boi China continua valendo, negociado por R$305,00/@. Ainda dentro deste mercado, o pecuarista de Presidente Prudente, interior paulista, informou negociação de R$ 310,00/@ com pagamento à vista e abate para o dia 15 de junho.
Na avaliação da IHS, o mercado brasileiro passa pelo período sazonal de final de safra, antes da fase mais crítica da estiagem, o que força a venda de animais terminados a pasto, sobretudo de lotes excedentes de vacas e novilhas.
“Algumas categorias de fêmeas, sobretudo vacas, são destinadas ao mercado doméstico, já que não alcançam o padrão estabelecido pelos importadores”, relata a IHS.
No entanto, a compra de vacas no mercado brasileiro segue bastante lenta, já que a demanda doméstica pela carne bovina continua patinando, um reflexo dos altos preços dos cortes bovinos e, ao mesmo tempo, do forte avanço da inflação no País.
Dessa maneira, continuam os analistas da IHS, as indústrias brasileiras operam de maneira limitada nas compras de boiadas, reforçando o viés de baixa da arroba registrado durante boa parte do mês de maio.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) disponibilizou ontem, dia 01/06/2022, o Beef Report 2022.
O volume de carne bovina produzida no Brasil em 2021 foi de 9,71 milhões de toneladas carcaça equivalente (TEC). Desse total, 25,51% ou 2,48 milhões TEC foram exportadas, enquanto 7,24 milhões TEC, o equivalente a 74,49%, ficaram no mercado interno.
O rebanho brasileiro está estimado em 196,4 milhões de cabeças. Enquanto a área de pastagens chegou a 163,1 milhões de hectares.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- A arroba do boi em São Paulo, capital ficou em R$ 304;
- Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 275.
- Para Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 275;
- Arroba em Uberaba, Minas Gerais, teve preços a R$ 280.
- Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 270 para a arroba do boi gordo.
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Atacado
O mercado atacadista de boi gordo registrou preços estáveis para a carne bovina. Segundo Iglesias, é possível que os preços reajam durante a primeira quinzena de junho, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição entre atacado e varejo.
“Mesmo assim, esse movimento aparenta ter limitações. O padrão de consumo ainda está direcionado a proteínas mais acessíveis, a exemplo do frango e dos ovos”, disse o analista.
O quarto traseiro do boi foi precificado a R$ 22 por quilo. Já o quarto dianteiro foi cotado a R$ 15,80 por quilo enquanto a ponta de agulha foi precificada a R$ 15,40 por quilo.