Em 2023, Brasil exportou US$ 24,7 milhões, expansão de 4% sobre 2022; principal produto enviado ao exterior foi a tilápia e derivados.
As exportações brasileiras de peixe atingiram US$ 24,7 milhões em 2023, com expansão de 4% em valores em relação ao ano anterior. Em volume, contudo, houve queda de 20%: de 8.487 toneladas em 2022 para 6.815 toneladas no ano passado, de acordo com dados compilados pela Unidade Pesca e Aquicultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Associação Brasileira de Psicultura (Peixe BR), tendo como base números do governo federal.
De acordo com as informações da Peixe BR, o aumento da receita mesmo com queda no volume embarcado é resultado da mudança no mix de produtos exportados: aumento nos embarques de filés frescos e queda nas vendas de peixes inteiros congelados. Em 2022, o preço médio por quilo exportado era de US$ 3,49. No ano passado, chegou a US$ 4,23 em um aumento de 21,2%.
O principal produto exportado foi a tilápia e seus derivados, com um total de US$ 23,3 milhões, ou 1% a mais em valor. Foi seguida, entre os principais peixes exportados, pelo tambaqui, com vendas que somaram US$ 798 mil em expansão de 809% sobre 2022. Os principais destinos dos embarques brasileiros foram os Estados Unidos (88% do total), China (3%) e Japão (2%).
Para o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, o aumento no faturamento com as exportações é resultado da profissionalização do setor. “O Brasil produz peixes de cultivo de alto valor agregado, com rastreabilidade e selo de produção sustentável. O crescimento das vendas externas é resultado da profissionalização e escala de produção das empresas, pois o mercado internacional é bastante exigente em termos de qualidade”, afirmou Medeiros em comunicado.
Brasil suspende importação de tilápia do Vietnã
No começo deste mês de fevereiro, o Brasil tomou uma decisão significativa no setor de agricultura e pecuária, suspendendo a importação de tilápia do Vietnã. A notícia foi divulgada pelo ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, durante sua participação na 36ª edição do Show Rural Coopavel, realizada em Cascavel (PR).
A medida surge em resposta às crescentes preocupações do setor produtivo brasileiro em relação aos riscos sanitários associados ao vírus TiLV, bem como às questões econômicas relacionadas à prática de dumping.
Recentemente, a PeixeBR, entidade representativa do segmento, levantou questões junto ao Mapa sobre um lote de 25 toneladas de tilápia vietnamita que desembarcou no Brasil em dezembro de 2023. A cadeia de produção de peixes cultivados no país expressou sua inquietação quanto aos potenciais riscos à saúde pública e à economia nacional. A suspensão da importação visa proteger tanto os consumidores quanto os produtores locais.
Além da questão comercial, existe também receio em relação à qualidade e à sanidade do pescado vietnamita. “Ninguém sabe como a tilápia é produzida lá. Se obedece aos preceitos ambientais e/ou sanitários corretamente. Outra coisa é a qualidade. Nós temos uma preocupação enorme com a qualidade, com o sabor. Algo que essa cadeia levou anos para aperfeiçoar”, destacou o presidente da Comissão Técnica (CT) de Aquicultura da FAEP e presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabott.
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