A 46ª edição da Expointer foi o palco, nos dias 29 e 30 de agosto, do “1º Seminário RS Carbon Free”
Através do seminário, produtores, profissionais da área, estudantes, diretores de empresas e órgãos do governo puderam ter acesso aos estudos que já estão sendo desenvolvidos no Brasil e no Rio Grande do Sul.
Durante o evento, a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, Cristina Genro, ministrou a palestra “Descarbonização da pecuária bovina: que caminhos podemos seguir?”.
A pesquisadora abordou estratégias para mitigação do metano na pecuária, como o melhoramento genético animal, a manipulação da dieta dos animais e a manipulação do ambiente ruminal, assim como o eficiente manejo do ambiente de produção.
“Muitas coisas já estamos fazendo, melhorando nossos animais, ajustando a carga animal nas pastagens, manejo bem essa postagem, alimentando bem os animais”, disse.
Conforme Cristina uma medida simples, sem custo e com efeito importante nos sistemas produtivos para mitigação de carbono é o manejo das pastagens por altura.
“Podemos tomar medidas que podem impactar na eficiência da produção e que ao mesmo tempo estão mitigando metano. Quando as pastagens são bem manejadas elas são sumidouros de carbono. O que nós vemos de pasto para cima do solo, também temos embaixo, na formação das raízes. Esse manejo da pastagem pela altura correta é, assim, uma das formas de fixar o carbono no solo”, destacou.
Trabalhos em andamento na pecuária de corte – Durante a palestra, também foram listados trabalhos já em andamento para melhorar o balanço entre emissão de metano e fixação de carbono na pecuária de corte.
Já há três anos, a Embrapa Pecuária Sul, em parceria com as associações das raças Angus, Braford, Charolês e Hereford, realiza as Provas de Emissão de Gases. O objetivo é coletar dados para gerar avaliações genéticas capazes de selecionar animais com eficiência alimentar e menor emissão de metano.
“Estamos medindo quantas gramas de metano cada touro emite para produzir um quilo de carne. Assim, conseguimos gerar índices que vão nos ajudar a selecionar animais mais eficientes na conversão alimentar e na mitigação desses gases de efeito estufa”, destacou Cristina.
Outro trabalho desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sul é o teste com coprodutos das agroindústrias regionais, como as de oliva e uva, para a composição de dietas que possam ter resultados positivos para a menor emissão de metano.
Ainda, estão sendo realizados trabalhos com as marcas conceito Carne Baixo Carbono e Carne Carbono Nativo, de forma a iniciar o trabalho de certificação de produtores que aplicam práticas sustentáveis na produção de carne.
Proposta para a pecuária de leite gaúcha – A pesquisadora Cristina Genro destacou, ainda, uma proposta de trabalho em conjunto das Unidades da Embrapa, Gado de Leite, Pecuária Sudeste e Pecuária Sul, para potencializar a mitigação da emissão de metano da pecuária leiteira.
A proposta trata sobre a implantação de Unidades de Referência Tecnológica no RS e avaliação da pegada de carbono dessas URTs, além da avaliação de coprodutos regionais, suplementos e aditivos para mitigar os gases de efeito estufa na pecuária leiteira a pasto.
Fonte: Embrapa
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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