O pecuarista brasileiro está cada vez mais em busca da intensificação e, segundo a dsm-firmenich, o volume de animais em confinamento cresceu cerca de 48% nos últimos oito anos; Confinamento de gado deve crescer em 2024
O Censo de Confinamento da dsm-firmenich revelou uma estabilidade, com 7,03 milhões de bois confinados em 2023, frente aos 7,05 milhões de cabeças terminadas neste sistema em 2022. O aumento expressivo desde 2015 – cerca de 48% nos últimos oito anos – evidencia a crescente adoção da prática pelos pecuaristas, impulsionada pela conscientização sobre as tecnologias de alta performance, como as oferecidas pela empresa. Entretanto, as oscilações no preço da arroba e retração das cotações internacionais são pontos de atenção no radar do pecuarista da intensificação.
A dsm-firmenich, detentora da marca Tortuga de suplementos nutricionais para animais, destacou, na apresentação de resultados da terceira rodada do Censo de Confinamento, o volume alcançado em 2023 ficou “percentualmente” estável frente ao registrado em 2022. Entretanto, quando olhamos os dados divulgados, a explosão no confinamento brasileiro aponta superação dos pecuaristas frente aos desafios.
O gerente técnico Latam de Confinamento da dsm-firmenich, Hugo Cunha, explicou que, ao longo dos oito anos do censo, houve um crescimento médio anual de 6%, totalizando um aumento de 48% no volume de bois confinados no país, veja imagem abaixo. No entanto, em 2023, três fatores principais influenciaram a estabilidade e a leve redução no número de animais confinados.
Cunha destacou o impacto financeiro do último ciclo de compra, onde o investimento em boi magro e bezerro, adquiridos por valores elevados, representou cerca de 70% dos custos totais do confinamento. O aumento dos custos com alimentação no primeiro semestre e a queda acentuada nos preços do boi gordo, que em algumas áreas excedeu os 20%, foram fatores que levaram a uma margem de lucro negativa para o confinamento em 2023.
Contudo, Cunha reiterou a relevância do confinamento para a pecuária nacional, observando que um quarto (25%) do total de abates no país é resultado dessa técnica. Ele sublinhou a tendência de crescimento do confinamento, apesar das flutuações decorrentes do mercado. O aumento da eficiência na pecuária e a necessidade de diminuir as áreas de pasto tornam o confinamento uma estratégia vital para sustentar a produção de carne no Brasil.
Confinamento de gado deve crescer em 2024
Cunha sinaliza que um cenário de continuidade do movimento de queda no preço do boi magro e dos custos de nutrição podem contribuir para que a atividade de confinamento possa voltar a apresentar crescimento em 2024.
“Há também uma sinalização positiva com relação aos preços da arroba para 2024, que já se mostram melhores no mercado futuro, bem como incertezas com relação ao clima. Em um ano ainda de El Niño, as pastagens vegetam menos e o pecuarista tem de investir mais na suplementação, o que é possível através do confinamento. Assim, a expectativa é de uma recuperação da atividade em 2024”, pontua.
Um levantamento realizado em 180 confinamentos de 12 Estados brasileiros pela Scot Consultoria, onde questionou-se os pecuaristas em relação às suas expectativas para o confinamento em 2024, mostrou otimismo entre os intensificadores da pecuária. Para 42,8% deles, o volume de animais confinados deve crescer no próximo ano, enquanto 38,3% apontaram que deve ficar “praticamente estável” e outros 15% disseram que diminuirá.
Julia Zenatti, analista de mercado da Scot e técnica do Confina Brasil, destaca que diversos fatores contribuem para essa tendência, sendo o ciclo de preços um dos principais impulsionadores. “Existem vários fatores que levam a essa tendência, principalmente o ciclo de preços. Acreditamos que 2024 será um ano de transição, com preços menos pressionados”, afirma a analista.
A constatação de que 44,4% dos confinamentos recebem incentivos de frigoríficos parceiros ressalta a importância dessas colaborações para o contínuo desenvolvimento da pecuária nacional e, ainda mais, ajudando na consolidação do Brasil, como um player importante no fornecimento de carne bovina de qualidade e produzida de forma sustentável.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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