Os preços da arroba tiveram uma arrancada de valorização de R$ 61,00/@ em menos de 30 dias, mostrando que o mercado interno é forte e soberano!
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta sexta-feira, 26, com altas mais significativas ocorrendo de forma pontual, mas garantindo o valor de R$ 330,00/@ como referência para as negociações. Conforma esperado, o efeito da redução dos negócios diante da ausência de ambas as pontas da cadeia pecuária trouxeram maior expectativa de alta para semana seguinte, apoiado na esperada alta na demanda interna.
Observamos uma verdadeira explosão de preços no mercado, após grande queda de setembro e outubro, fazendo a arroba ir do “inferno ao céu”. Os preços da arroba tiveram uma valorização de R$ 61,00/@ em menos de 30 dias, mostrando que o mercado interno é forte e soberano, conseguindo sustentar os preços, mesmo sem a China no mercado!
Com as indústrias ofertando mais pela arroba do gado gordo, ao longo da semana a cotação da arroba do boi gordo subiu R$4,00, a da vaca gorda R$10,00 e a da novilha gorda R$7,00. Já na comparação diária os preços ficaram estáveis. Segundo a Scot Consultoria, o boi, vaca e novilha gordos estão apregoados em R$316,00/@, R$295,00/@ e R$305,00/@, preços brutos e a prazo.
O Indicador do Boi Gordo/CEPEA, voltou a bater recorde de preços dos últimos 60 dias, arroba segue uma escala de alta nos preços com uma valorização de 23,73% acumulada no mês de novembro – R$ 61,00/@. Segundo assim, o valor saltou de R$ 317,90/@ para o recorde de R$ 318,10/@ – encostando no maior valor já atingido pelo Indicador de R$ 318,63/@ em abril de 2021 -, Veja o gráfico!
Segundo o app da Agrobrazil, os preços na praça paulista estão variando de 322,00/@ a R$ 330,00/@. A melhor negociação, informada nesta quarta-feira, ficou para São José do Rio Preto/SP, com preço pago de R$ 330,00/@ na boiada gorda, com pagamento no prazo de 25 dias e abate no dia 08 de dezembro.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 319,52/@, na quarta-feira (24/11), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 319,16/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 312,45@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 302,84/@.
Boi gordo dispara no mercado físico, conforme anunciado para a semana. Seguindo a firmeza do mercado e confirmando uma menor oferta de animais para abate no primeiro trimestre de 2022, os preços na B3 janeiro e fevereiro ficaram acima de R$330/@.
Recebimento de salários no começo de dezembro, além da parcela do décimo terceiro, poderá estimular crescimento no consumo interno de carne bovina.
Mercado mira comportamento da demanda a partir da virada de mês
“As indústrias frigoríficas optaram por se ausentar das compras de gado, visando aguardar uma resposta mais consistente das vendas de carne bovina no atacado a partir do início do próximo mês, período marcado pela entrada dos salários, além do pagamento do 13º”, relata a IHS.
Porém, no decorrer desta semana, a arroba voltou a registrar altas consistentes, reflexo da dificuldade das unidades frigoríficas em preencher adequadamente as suas escalas de abate. “Como os abates de boiada gorda continuam limitados, a produção de carne também segue apertada”, informa a consultoria.
Segundo a IHS, a intensidade dos aumentos recentes nos preços da arroba bovina superou os ajustes feitos nos preços da carne bovina no atacado. Por isso, as indústrias seguem de olho no fluxo do escoamento da carne na próxima semana – no caso de avanço nas vendas, novos reajustes nos preços dos cortes bovinos podem ocorrer.
Do lado de dentro das porteiras, alguns pecuaristas continuam tentando barganhar preços mais altos pelos lotes remanescentes de confinamento, uma maneira de amenizar os fortes prejuízos ocasionados pelas fortes quedas nos preços da arroba durante os meses de setembro e outubro.
Escalas avançando, mas nem tanto!
O mercado ainda se encontra em um momento de baixa oferta do boi gordo, o que mantém as escalas curtas, apesar de começar a avançar em algumas regiões acompanhadas. A média nacional das programações de abate se encontra em 6 dias úteis, 1 a mais que semana passada. Veja:
- Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 7 dias úteis já programados, mantendo a estabilidade frente a semana passada.
- Os frigoríficos mato-grossenses fecharam a semana com 8 dias úteis escalados, 3 dias acima da média da semana anterior.
- Em Tocantins a escala recuou e os abates estão programados para 6 dias úteis, 1 a menos que a última semana.
- As indústrias goianas fecharam a semana com 6 dias úteis programados, avançando em 1 dia frente a semana passada.
- Em Mato Grosso do Sul, as programações de abate se encontram em 5 dias úteis, avanço de 1 dia no comparativo semanal.
- Os frigoríficos mineiros recuaram em 1 dia as suas escalas no comparativo semanal, se encontrando com 4 dias úteis programados.
- Já as indústrias rondonienses encerraram a sexta-feira com as escalas estáveis quando comparado a semana passada, na casa dos 3 dias úteis preenchidos.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 319 – R$ 320 na modalidade à prazo, ante R$ 318 na quarta-feira.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 315, contra R$ 315.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 311 contra R$ 310.
- Em Cuiabá, ao valor foi de R$ 303, ante R$ 301.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 325 por arroba, ante R$ 320.
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Atacado
No atacado, o mercado de carne bovina encerrou a semana com preços firmes. No curto prazo, como já mencionado neste texto, o setor passa a aguardar o comportamento das vendas dos cortes a partir da virada de mês, época de recebimento dos salários.
“A estratégia é verificar até que ponto o consumo doméstico tem fôlego para absorver as altas da carne, já que o câmbio ainda tem colaborado para as vendas externas”, avaliam os analistas da IHS.
A carcaça casada de bovinos castrados, nos últimos sete dias, subiu 0,7%, ou R$0,13/kg, e está cotada em R$19,50/kg. Já a de bovinos inteiros está precificada em R$19,05/kg, alta de 1,1%, ou R$0,20/kg, nas mesmas condições.