A dificuldade agora é para o outubro conseguir romper o patamar de R$153,00/@ e enquanto isso não ocorre, o marasmo voltou a dominar o mercado.
O mercado de boi gordo permanece com o mesmo cenário das últimas semanas, ou seja, pouca oferta, muita dificuldade de compra e preços seguindo a tendência de alta, porém sem grandes saltos que justifiquem alguma precificação além do que já está refletido na curva de preços futuros na B3. A dificuldade agora é para o outubro conseguir romper o patamar de R$153,00/@ e enquanto isso não ocorre, o marasmo voltou a dominar o mercado.
Sem grandes novidades no boi no curto prazo, voltaremos nossa atenção no texto de hoje para o mercado de milho, que vem apresentando uma volatilidade enorme e assustou muita gente com as fortes altas no começo do ano e a ausência de quedas relevantes durante a colheita da safrinha.
O ponto de partida para se fazer qualquer análise das expectativas de preços para o milho é olhar o balanço entre oferta e demanda para imaginar se os estoques de passagem são grandes o suficiente para gerar pressão negativa ou positiva nos preços durante esse final de ano e o início do próximo ano.
Fazendo uma média das cinco principais instituições que divulgam de forma sistemática seus números para o mercado, temos a tabela 1.
Tabela 1. Informações sobre o milho, em milhões de toneladas.
Resumindo os dados, o cenário mais provável é que tenhamos estoques de passagem ao redor de 10 milhões de toneladas, volume inferior ao que tínhamos em 2017/2018. Outra característica desse estoque é que a maior parte dele está nas mãos dos produtores e não na mão dos usuários, o que agrega um maior potencial de volatilidade já que o produtor, caso esteja capitalizado, pode se dar ao luxo de postergar a venda a espera de preços mais altos, enquanto o consumidor tem a obrigação de comprar pelo menos o mínimo necessário, o que implica muitas vezes em ter que “aceitar” o preço pedido pelo vendedor. Esse foi em grande parte o responsável pelo cenário de preços sustentados que acompanhamos ao longo do ano para o milho.
Sem enormes surpresas negativas na exportação de milho até janeiro e fevereiro de 2019 e sem uma grande surpresa positiva na produção da safra de verão do milho em 2019, fica difícil imaginar algum grande movimento de baixa nos preços até as notícias com relação a safrinha de 2019 serem minimamente confiáveis.
Nesse cenário, momentos de queda nos preços futuros de milho podem abrir boas oportunidades para garantia de custos favoráveis para primeiro semestre de 2019.
Fonte: Scot Consultoria