Expectativa de alta no mercado de bezerros no segundo semestre de 2024

Criador segue com pensamento positivo para a virada no ciclo pecuário; maior volume de abates de fêmeas já ocorreu e perdeu força desde o fim do ano passado.

Mesmo com o mercado ainda apresentando uma certa timidez, o criador de bezerros aposta em uma crescente no segundo semestre de 2024. Dados da Esalq/Cepea mostram que, entre setembro de 2023 e julho deste ano, o valor médio pago pelo bezerro desmamado aumentou 1,5%., saindo de R$1982,41 para R$ 2011,77 na praça Mato Grosso do Sul.

Henrique Catenacci, diretor da fazenda 3R, localizada em Figueirão no Mato Grosso do Sul e reconhecida nacionalmente pela produção de bezerros, acredita nessa tendência de alta. Segundo ele, o maior volume de abates de fêmeas já ocorreu e perdeu força desde o fim do ano passado.

“Desde o começo da safra passada e até agora, esses abates vêm se estabilizando. Tenho visto comentários de que já está até ficando um pouco mais difícil. Claro que o clima agora, com esse período de seca mais forte, faz com que o pecuarista que tem um animal gordo ainda, que acabou de desmamar e consegue abater, mande para abate. Caso contrário, ele terá que segurar na fazenda ou vender barato, porque venderia como gado magro”, explica Catenacci. “Mas o que quero dizer é que esse movimento, essa curva crescente do abate de fêmeas, tem estagnado. Isso é um ponto positivo que já dá indícios de que uma virada está por vir. Tudo indica que a virada do valor do bezerro, como era um ou dois anos atrás, ainda vai acontecer na desmama do ano que vem. Até lá, não vejo muito potencial de crescimento no curto prazo, especialmente agora no período de seca.”

Imagem Ilustrativa / Foto: Nelore Mocho Boticão

Marcos Chesi, também diretor da 3R, complementa: “Estamos observando que muitos pecuaristas estão ajustando suas estratégias de venda devido ao clima e à base de troca do boi gordo. A seca intensifica a necessidade de abate imediato para aqueles que não têm capacidade de manter os animais na fazenda. No entanto, acreditamos que, com a estabilização dos abates de fêmeas e uma possível melhora no clima, o mercado de bezerros deve mostrar sinais mais fortes de recuperação a partir do próximo ano.”

A propriedade que vendeu bezerros em maio deste ano por 10,95 o quilo vivo, cerca de 40% a mais do que a média do mercado, garante que um dos diferenciais para que o animal pegue preço, está no quanto ele trará de lucratividade para o recriador.

“O mercado se baliza de várias formas, mas com certeza, a partir do momento que você entrega um animal que vai trazer um spread pra esse recriador, e o lucro dele vai ser maior mesmo ele pagando um valor acima do mercado, o preço compensa. E isso só é possível a partir do investimento em ferramentas e tecnologias que tornem essa genética superior”, finaliza Chesi.

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